O Táxi parou à porta do tribunal e como faltava poucos minutos para a hora combinada entrei. Junto há porta da sala encontrei os nossos advogados e o Ezequiel. Cumprimentei todos como pessoa educada que sou mas já não consegui olhá-lo como antes.
...
-Ezequiel diga-me o que considera ser melhor para o seu filho.-Disse o juiz.
-Eu considero que o melhor para o meu filho é ficar com...a mãe. Eu tenho treinos, estágios e o Matheus teria de ficar com alguém que não a mãe visto que esta está fora do país.
-Fora do país?
-Sim, o juiz sabe do se me passou no mês passado.
-O caso do rapto? Viol...
-Sim, isso.
-O Pai pretende ter guardar partilhada?
-Sim, vou assumir todas as minhas responsabilidades.
-Então vamos estipular os dias em que o menino recebe a visita do pai. - Eu ainda não acreditava em nada do que se estava a passar. A opinião do Ezequiel tinha mudado completamente. Tratá-mos de todos os papéis onde ficou estipulado que ele podia visitar de mês a mês o Matheus e passar dois dias com ele enquanto eu estivesse em Espanha, assim que voltasse o tempo para estarem juntos aumentaria.
Assim que sai do tribunal, apanhei um táxi para o aeroporto. Nem liguei ao Lisandro, queria lhe fazer uma surpresa, ele merecia porque aquela mudança do Ezequiel não podia ter surgido do nada.
....
Aterrei em Madrid e apanhei um táxi para casa do Lisandro para chegar mais depressa. Toquei à campainha e ainda tive de esperar alguns minutos para que ele abrisse a porta.
-Tu já estás aqui?- Perguntou surpreendido.
-Tira essa cara! Sou eu mesmo ou queres tocar?- Ele tocou-me no braço e puxou-me para dentro.
-Como é que correu?- Olhei-o nos olhos e senti que era aquele o momento certo para lhe agradecer. Coloquei as minhas mãos na cara dele, pus-me em bicos de pés e encostei os meus lábios aos dele e beijei-o lentamente.
-Obrigada!-Disse eu, um pouco envergonhada.
-Obrigada?
-Obrigada por me teres ajudado com o Ezequiel.
-Não fui eu.-Disse ele, sentando-se no sofá.
-E eu sou burra.
-Pronto fui eu mas não fiz nada de mais.
-Fizeste com que eu possa continuar a minha recuperação descansada e com o Matheus perto de mim.
-Tu mereces isso e muito mais.
-E esse mais é o que?
-Seres feliz, junto de alguém que goste a sério de ti e te respeite como tu mereces.
-Podes ajudar com isso?
-Se deixares.-Pus as minhas mãos na camisola dele e puxei-o para mim e aproximei os meus lábios dos dele.
-Calma!
-Desculpa. Sim secalhar estou a ser apressada mas é que agora já chegava aí.
-Ainda não me explicaste o primeiro beijo e já me ias roubar outro, assim não vale.
-Que vergonha!-Disse escondendo a cara no peito dele.-Sinto-me uma criança depois de dar o primeiro beijo ao amiguinho da escola.
-Parva! Olha para mim!
-Eu...tu fazes-me bem. E...acho que isto não é só um carinho.-Ele olhava para mim confuso.- Eu...acho que...acho que gosto de ti a sério, é isso.
-Achas?
-Sim. Quer dizer não. Eu tenho a certeza. Eu tenho aqueles sintomas habituais de quem está...apaixonada. Sim, tenho aquelas borboletas. Sim, passei mal aqueles dias sem noticias tuas. Sim,vim a correr assim que saí do tribunal porque só quero estar contigo. E quando te vi só te quis agradecer e mostrar isso.
-Gosto tanto de ti.-Disse olhando-me nos olhos. Aproximou-se de mim e beijou-me.
-E agora?
-Agora o que?
-Nós...
-É como te sentires mais à vontade.
-Tenho de começar por arranjar uma casa.
-Nem penses! Fica aqui comigo.
-Mas a casa é tua.
-Pode ser tua e do Matheus também. É muito grande só para mim.
-Mas eu também quero contribuir para os gastos.
-Não é preciso.
-Ou isso ou vou-me embora.
-Isso não!
-E estás preparado para me aturar?
-Aturar?
-Dizem que eu não sou fácil de aturar. E vais ter de ter paciência comigo por causa do que aconteceu.
-Sim, vamos com calma. Eu espero.-Levantou-se, puxando-me para que eu me levantasse também. De seguida rodeou a minha cintura com os seus braços.- Basta que estejas assim perto de mim.
-Porque é que és tão alto?-O Lisandro tem quase mais 25 centímetros que eu.
-Os meus pais, principalmente o meu pai, também são.
-Mas...eu assim não chego aí.
-Chego eu!-Disse inclinando-se para me dar um beijo curto.-Já chega!
-Eu estou tão feliz!-Disse eu sorrindo.
-Há muitos dias que não via esse sorriso. É tão lindo!
-Só tu! Bem...tenho de ir buscar o Matheus!
-O Matheus!-Disse indo apressadamente para o intercomunicador.-Esqueci-me! Desculpa, desculpa! Mas ele está bem! Olha!-Disse trazendo-me o intercomunicador.
-O Matheus está aqui?
-Sim. Desculpa não te disse mas a tua mãe precisou de viajar já hoje e confiou em mim. E eu já gosto tanto dele...e ele de mim.-Disse a sorrir.
-Convencido! Mas é verdade! Obrigada por teres ficado com ele mas tu esqueceste-te dele?
-Foi quando chegaste...tiveste aquela entrada e distraiste-me mas ele tinha acabado de adormecer quando chegaste.
-Obrigada por tudo!E...-Ouviu-se um barulho vindo do intercomunicador, o Matheus estava a mexer-se e fomos até ao quarto.
O Matheus estava a mexer-se mas ainda dormia. E estava tão lindo o meu príncipe e via-se que o Lisandro tinha tratado bem dele. Deitámo-nos os dois, um de cada lado, ao lado do Matheus.
-Outra coisa...estás preparado para isto?
-Isto o que?
-O Matheus. É diferente de sermos só os dois. E não é mesmo teu filho, tens de levar com isto tudo, fraldas, choros e acordar a meio da noite.
-Mais que preparado! Não é mesmo meu filho mas meu amigo.-Disse pegando no telemóvel para me mostrar uma foto.
-Ele gosta mesmo de ti, eu sinto isso!-Disse olhando para o Matheus que tinha acabado de acordar.-Olá bebé da mãe! Sabes...agora somos três. O teu pai de sangue não está mas tens aqui um segundo pai ou um amigo como ele diz, talvez um dia seja mesmo aquela pessoa a quem vais contar as tuas namoradas e jogar à bola e tens aqui a tua mãe, cada vez mais forte e a tentar seguir em frente. Espero que me compreendas quando um dia já souberes que não cresceste com o teu pai biológico mas a mãe precisava de ser feliz para teres todo o meu amor e força para cuidar de ti. Gosto muito de ti meu príncipe.-Disse enquanto lhe fazia festas e ele olhava para mim como se percebesse tudo o que eu dizia.
-E aqui o amigo, também gosta muito de ti campeão!- Acabei por deixar escapar uma lágrima ao pensar que tudo se estava a recompor. - A tua mãe é uma chorona! Mas é de felicidade espero!
-Sim é! Dois meses e meio depois, tudo se está a recompor.
-Demoraste 2 meses e meio a apaixonares-te por mim?! Tanto tempo!
-És tão parvo!Maldito dia que me apareceste à frente!-Disse eu com cara séria para depois me desmanchar a rir.
-Parva!
-Agora fora de brincadeiras, ainda bem que apareceste e que me mostraste a pessoa que tu és!-Demos um abraço para depois levar o Matheus para a sala onde lhe dei o leite.
No Dia Seginte....
Para aproveitar o último dia livre do Lisandro antes de começar os treinos, começámos a manhã com um passeio.
Assim que chegámos a casa fomos montar tudo para o quarto do Matheus porque o Lisandro com muita insistência tinha-me convencido a definitivamente ficar na casa dele apesar de eu achar que era um abuso.
Estávamos a admirar o quarto quando o toque do meu telemóvel me chamou à atenção. Já desesperava por aquela chamada desde o dia anterior.
-É a minha mãe!
-Atende!-Disse o Lisandro.
-Olá Mãe!
-Olá Filha! Como é que está tudo?
-Está tudo! Correu bem no tribunal, o Matheus fica comigo. E vocês, foram embora à pressa porquê?
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Olá a Todas!
Espero que tenham gostado deste capítulo!
Fico à espera da vossa opinião que é muito importante!
Beijinho!
Sofia