segunda-feira, 30 de novembro de 2015

15-"Eu...acho que...acho que gosto de ti a sério, é isso"

O Táxi parou à porta do tribunal e como faltava poucos minutos para a hora combinada entrei. Junto há porta da sala encontrei os nossos advogados e o Ezequiel. Cumprimentei todos como pessoa educada que sou mas já não consegui olhá-lo como antes.
...
-Ezequiel diga-me o que considera ser melhor para o seu filho.-Disse o juiz.

-Eu considero que o melhor para o meu filho é ficar com...a  mãe. Eu tenho treinos, estágios e o Matheus teria de ficar com alguém que não a mãe visto que esta está fora do país. 

-Fora do país?

-Sim, o juiz sabe do se me passou no mês passado.

-O caso do rapto? Viol...

-Sim, isso.

-O Pai pretende ter guardar partilhada?

-Sim, vou assumir todas as minhas responsabilidades.

-Então vamos estipular os dias em que o menino recebe a visita do pai. - Eu ainda não acreditava em nada do que se estava a passar. A opinião do Ezequiel tinha mudado completamente. Tratá-mos de todos os papéis onde ficou estipulado que ele podia visitar de mês a mês o Matheus e passar dois dias com ele enquanto eu estivesse em Espanha, assim que voltasse o tempo para estarem juntos aumentaria.

Assim que sai do tribunal, apanhei um táxi para o aeroporto. Nem liguei ao Lisandro, queria lhe fazer uma surpresa,  ele merecia porque aquela mudança do Ezequiel não podia ter surgido do nada.
....
Aterrei em Madrid e apanhei um táxi para casa do Lisandro para chegar mais depressa. Toquei à campainha e ainda tive de esperar alguns minutos para que ele abrisse a porta.
-Tu já estás aqui?- Perguntou surpreendido.

-Tira essa cara! Sou eu mesmo ou queres tocar?- Ele tocou-me no braço e puxou-me para dentro.

-Como é que correu?- Olhei-o nos olhos e senti que era aquele o momento certo para lhe agradecer. Coloquei as minhas mãos na cara dele, pus-me em bicos de pés e encostei os meus lábios aos dele e beijei-o lentamente.

-Obrigada!-Disse eu, um pouco envergonhada.

-Obrigada? 

-Obrigada por me teres ajudado com o Ezequiel.

-Não fui eu.-Disse ele, sentando-se no sofá.

-E eu sou burra.

-Pronto fui eu mas não fiz nada de mais.

-Fizeste com que eu possa continuar a minha recuperação descansada e com o Matheus perto de mim.

-Tu mereces isso e muito mais.

-E esse mais é o que?

-Seres feliz, junto de alguém que goste a sério de ti e te respeite como tu mereces.

-Podes ajudar com isso?

-Se deixares.-Pus as minhas mãos na camisola dele e puxei-o para mim e aproximei os meus lábios dos dele.

-Calma!

-Desculpa. Sim secalhar estou a ser apressada mas é que agora já chegava aí.

-Ainda não me explicaste o primeiro beijo e já me ias roubar outro, assim não vale.

-Que vergonha!-Disse escondendo a cara no peito dele.-Sinto-me uma criança depois de dar o primeiro beijo ao amiguinho da escola.

-Parva! Olha para mim!

-Eu...tu fazes-me bem. E...acho que isto não é só um carinho.-Ele olhava para mim confuso.- Eu...acho que...acho que gosto de ti a sério, é isso.

-Achas? 

-Sim. Quer dizer não. Eu tenho a certeza. Eu tenho aqueles sintomas habituais de quem está...apaixonada. Sim, tenho aquelas borboletas. Sim, passei mal aqueles dias sem noticias tuas. Sim,vim a correr assim que saí do tribunal porque só quero estar contigo. E quando te vi só te quis agradecer e mostrar isso.


-Gosto tanto de ti.-Disse olhando-me nos olhos. Aproximou-se de mim e beijou-me.

-E agora?

-Agora o que?


-Nós...


-É como te sentires mais à vontade.


-Tenho de começar por arranjar uma casa.


-Nem penses! Fica aqui comigo.


-Mas a casa é tua.


-Pode ser tua e do Matheus também. É muito grande só para mim.


-Mas eu também quero contribuir para os gastos.

-Não é preciso.


-Ou isso ou vou-me embora.


-Isso não!


-E estás preparado para me aturar?


-Aturar?


-Dizem que eu não sou fácil de aturar. E vais ter de ter paciência comigo por causa do que aconteceu.


-Sim, vamos com calma. Eu espero.-Levantou-se, puxando-me para que eu me levantasse também. De seguida rodeou a minha cintura com os seus braços.- Basta que estejas assim perto de mim.

-Porque é que és tão alto?-O Lisandro tem quase mais 25 centímetros que eu. 

-Os meus pais, principalmente o meu pai, também são.

-Mas...eu assim não chego aí.


-Chego eu!-Disse inclinando-se para me dar um beijo curto.-Já chega! 

-Eu estou tão feliz!-Disse eu sorrindo.

-Há muitos dias que não via esse sorriso. É tão lindo!


-Só tu! Bem...tenho de ir buscar o Matheus!


-O Matheus!-Disse indo apressadamente para o intercomunicador.-Esqueci-me! Desculpa, desculpa! Mas ele está bem! Olha!-Disse trazendo-me o intercomunicador.

-O Matheus está aqui?

-Sim. Desculpa não te disse mas a tua mãe precisou de viajar já hoje e confiou em mim. E eu já gosto tanto dele...e ele de mim.-Disse a sorrir.

-Convencido! Mas é verdade! Obrigada por teres ficado com ele mas tu esqueceste-te dele?

-Foi quando chegaste...tiveste aquela entrada e distraiste-me mas ele tinha acabado de adormecer quando chegaste.


-Obrigada por tudo!E...-Ouviu-se um barulho vindo do intercomunicador, o Matheus estava a mexer-se e fomos até ao quarto.

O Matheus estava a mexer-se mas ainda dormia. E estava tão lindo o meu príncipe e via-se que o Lisandro tinha tratado bem dele. Deitámo-nos os dois, um de cada lado, ao lado do Matheus.
-Outra coisa...estás preparado para isto?

-Isto o que?

-O Matheus. É diferente de sermos só os dois. E não é mesmo teu filho, tens de levar com isto tudo, fraldas, choros e acordar a meio da noite.

-Mais que preparado! Não é mesmo meu filho mas meu amigo.-Disse pegando no telemóvel para me mostrar uma foto.
-Ele gosta mesmo de ti, eu sinto isso!-Disse olhando para o Matheus que tinha acabado de acordar.-Olá bebé da mãe! Sabes...agora somos três. O teu pai de sangue não está mas tens aqui um segundo pai ou um amigo como ele diz, talvez um dia seja mesmo aquela pessoa a quem vais contar as tuas namoradas e jogar à bola e tens aqui a tua mãe, cada vez mais forte e a tentar seguir em frente. Espero que me compreendas quando um dia já souberes que não cresceste com o teu pai biológico mas a mãe precisava de ser feliz para teres todo o meu amor e força para cuidar de ti. Gosto muito de ti meu príncipe.-Disse enquanto lhe fazia festas e ele olhava para mim como se percebesse tudo o que eu dizia.  

-E aqui o amigo, também gosta muito de ti campeão!- Acabei por deixar escapar uma lágrima ao pensar que tudo se estava a recompor. - A tua mãe é uma chorona! Mas é de felicidade espero!

-Sim é! Dois meses e meio depois, tudo se está a recompor.

-Demoraste 2 meses e meio a apaixonares-te por mim?! Tanto tempo!

-És tão parvo!Maldito dia que me apareceste à frente!-Disse eu com cara séria para depois me desmanchar a rir.

-Parva!

-Agora fora de brincadeiras, ainda bem que apareceste e que me mostraste a pessoa que tu és!-Demos um abraço para depois levar o Matheus para a sala onde lhe dei o leite.

No Dia Seginte....
Para aproveitar o último dia livre do Lisandro antes de começar os treinos, começámos a manhã com um passeio.


Assim que chegámos a casa fomos montar tudo para o quarto do Matheus porque o Lisandro com muita insistência tinha-me convencido a definitivamente ficar na casa dele apesar de eu achar que era um abuso.

Estávamos a admirar o quarto quando o toque do meu telemóvel me chamou à atenção. Já desesperava por aquela chamada desde o dia anterior.
-É a minha mãe!

-Atende!-Disse o Lisandro.

-Olá Mãe!

-Olá Filha! Como é que está tudo?

-Está tudo! Correu bem no tribunal, o Matheus fica comigo. E vocês, foram embora à pressa porquê?
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Olá a Todas!
Espero que tenham gostado deste capítulo!
Fico à espera da vossa opinião que é muito importante!
Beijinho!
Sofia

domingo, 1 de novembro de 2015

14-"esta casa é tua e eu não existo até este assunto se resolver!"

-Medo de me magoar, medo que me magoem...eu só quero ser feliz, percebes?

-Sim, eu entendo.

-Mais alguma coisa que me queiras dizer?

-Lisandro...sinceramente eu não te sei o que dizer nem quero dizer nada precipitado porque não te quero magoar nem quero avançar com as coisas e depois chegar à conclusão que sentia apenas falta do carinho ou de uma pessoa como tu.

-Certeza? Eu não me importo de sair magoado disto. Eu só quero viver o momento...



A aproximação dele a mim foi rápida e o beijo lento. A verdade é que não interrompi aquele beijo mas arrependi-me depressa de não o ter feito.

-Lisandro...isto não devia ter acontecido!

-Desculpa!-Disse ele. Não consegui dizer nada mais e saí dalí. Fui até ao quarto onde estava o Matheus. Ele parecia ter acabado de acordado, fiz-lhe algumas festas enquanto pensava no que tinha acontecido.

No Dia Seguinte...
Tinha acabado por dormir em casa do Lisandro no quarto de hóspedes. Acordei eram 10 horas com o Matheus a chorar com fome. Não estava ninguém em casa e tomei a liberdade de ir até à sala dar de mamar ao menino. Assim que ele terminou, alguém tocou à campainha. Fui à porta e assim que a abro, vi quem menos esperava.
-Ezequiel?

-Sim eu.-Disse entrando, percebi logo que vinha problemas e discussões. Fechei a porta e fui atrás dele.

-Desculpa esta casa não é minha, não tens o direito de entrar assim. 

-Quero falar contigo.

-Diz.-Sentei-me no sofá, com o Matheus no colo.

-Eu disse que não podias sair do país. O  Matheus não é só teu filho.

-Tens noção do que eu tenho passado? Achas necessário fazeres-me passar por mais isto?

-Isso pouco me interessa. 

-Mudaste muito. Não te conheço.

-Não quero saber nada disso. Já sabes: ou voltas para Portugal e me deixas ver o nosso filho ou eu vou fazer de tudo para provar que não tens condições para o tratar.

-Tu tens? Não tens tempo para nada.

-Mas tens de no mínimo estar em Portugal.

-Preciso de me afastar de tudo agora.

-Mas já estás a viver com outro gajo.

-Nem tens nada a ver com isso.

-Pois não, adeus. Passa bem.-Disse, encaminhando-se para a porta. Quando a abriu deu de caras com o Lisandro. Mais um assunto para resolver e enfrentar.

-O que é que aconteceu?-Disse entrando e fechando a porta.-Ele...

-Sim, ele é o pai do Matheus e eu não posso ficar mais nesta casa.

-Porque? Vais para onde?

-Não sei mas não posso ir para o hotel, não há condições para o Matheus. Secalhar volto para Portugal.
-Não! Não podes! Aqui estás melhor!

-E arrisco ficar sem o meu filho?

-Ele veio ameaçar-te?

-Sim. Por isso tenho de sair. Esquecer tudo.

-E nós?

-Isso também não pode existir.

-Eu venho já.-Disse indo até ao quarto e voltando alguns minutos depois com uma pequena mala.

-Isso é para que?

-Fazemos assim: esta casa é tua e eu não existo até este assunto se resolver!-Deu-me um beijo na minha testa e do Matheus e saiu de casa.

Eu não consegui ter qualquer reacção. Aquela casa é dele e era injusto ele abdicar dela por causa de mim. Pensei em ligar-lhe mas deixei passar as horas para pensar e esperar que ele voltasse mas o fim do dia chegou e isso não aconteceu, o que me deixou preocupada. Liguei-lhe mas ele não atendeu, enviou-me uma mensagem a dizer: "Não te preocupes, eu estou bem e bem instalado. Amanhã vou tentar ajudar-te a resolver este problema. Se conseguir eu volto a casa."Respondi-lhe dizendo apenas: " Desculpa por tudo". Aquela noite foi complicada tanto de adormecer como parar de pensar em tudo o que aconteceu.

3 Dias Depois...
Tinha passado 3 dias em que permaneci na casa do Lisandro e ele nunca apareceu. Tentei contactá-lo mas ele não me atendia as chamadas nem respondia às mensagens. Eu tinha as minha malas feitas para abandonar Getafe rumo a Lisboa onde de tarde vou ter uma audiência para definir a quem pertence a custódia do Matheus.
...
Eram 13:30 quando aterrei no aeroporto de Lisboa. Apanhei um táxi em direcção ao tribunal e estava completamente distraída nos meus pensamentos, quando o meu telemóvel tocou. Assim que vi que era o Lisandro apressei-me a atender.
-Lisandroo!!

-Olá! Isso era tudo saudades minhas?

-Sim! Não! 

-Então?

-Estúpido! Tu não me dizes nada há três dias!

-Não precisas de me  ofender! Foi pelo teu bem.

-Desculpa.

-Olha espero que corra tudo bem e que voltes por favor.

-Vou voltar sim, o Matheus ficou aí com a minha mãe.

-E eu também fiquei.

-E tu também ficaste!

-Espero que isso queira dizer o que eu estou a pensar.

-Olha estou a chegar ao tribunal, tenho de desligar. Obrigada por tudo Lisandro!

-Depois diz-me como correu. Beijo grande.

O Táxi parou à porta do tribunal e como faltava poucos minutos para a hora combinada entrei. Junto há porta da sala encontrei os nossos advogados e o Ezequiel. Cumprimentei todos como pessoa educada que sou mas já não consegui olhá-lo como antes.
...
-Ezequiel diga-me o que considera ser melhor para o seu filho.-Disse o juiz.

-Eu considero que o melhor para o meu filho é ficar com....

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Olá a Todas!
Espero que tenham gostado deste capítulo!
Vêm daí surpresas!
Aguardo pelos vossos comentários!
Beijinhos!
Sofia