segunda-feira, 30 de novembro de 2015

15-"Eu...acho que...acho que gosto de ti a sério, é isso"

O Táxi parou à porta do tribunal e como faltava poucos minutos para a hora combinada entrei. Junto há porta da sala encontrei os nossos advogados e o Ezequiel. Cumprimentei todos como pessoa educada que sou mas já não consegui olhá-lo como antes.
...
-Ezequiel diga-me o que considera ser melhor para o seu filho.-Disse o juiz.

-Eu considero que o melhor para o meu filho é ficar com...a  mãe. Eu tenho treinos, estágios e o Matheus teria de ficar com alguém que não a mãe visto que esta está fora do país. 

-Fora do país?

-Sim, o juiz sabe do se me passou no mês passado.

-O caso do rapto? Viol...

-Sim, isso.

-O Pai pretende ter guardar partilhada?

-Sim, vou assumir todas as minhas responsabilidades.

-Então vamos estipular os dias em que o menino recebe a visita do pai. - Eu ainda não acreditava em nada do que se estava a passar. A opinião do Ezequiel tinha mudado completamente. Tratá-mos de todos os papéis onde ficou estipulado que ele podia visitar de mês a mês o Matheus e passar dois dias com ele enquanto eu estivesse em Espanha, assim que voltasse o tempo para estarem juntos aumentaria.

Assim que sai do tribunal, apanhei um táxi para o aeroporto. Nem liguei ao Lisandro, queria lhe fazer uma surpresa,  ele merecia porque aquela mudança do Ezequiel não podia ter surgido do nada.
....
Aterrei em Madrid e apanhei um táxi para casa do Lisandro para chegar mais depressa. Toquei à campainha e ainda tive de esperar alguns minutos para que ele abrisse a porta.
-Tu já estás aqui?- Perguntou surpreendido.

-Tira essa cara! Sou eu mesmo ou queres tocar?- Ele tocou-me no braço e puxou-me para dentro.

-Como é que correu?- Olhei-o nos olhos e senti que era aquele o momento certo para lhe agradecer. Coloquei as minhas mãos na cara dele, pus-me em bicos de pés e encostei os meus lábios aos dele e beijei-o lentamente.

-Obrigada!-Disse eu, um pouco envergonhada.

-Obrigada? 

-Obrigada por me teres ajudado com o Ezequiel.

-Não fui eu.-Disse ele, sentando-se no sofá.

-E eu sou burra.

-Pronto fui eu mas não fiz nada de mais.

-Fizeste com que eu possa continuar a minha recuperação descansada e com o Matheus perto de mim.

-Tu mereces isso e muito mais.

-E esse mais é o que?

-Seres feliz, junto de alguém que goste a sério de ti e te respeite como tu mereces.

-Podes ajudar com isso?

-Se deixares.-Pus as minhas mãos na camisola dele e puxei-o para mim e aproximei os meus lábios dos dele.

-Calma!

-Desculpa. Sim secalhar estou a ser apressada mas é que agora já chegava aí.

-Ainda não me explicaste o primeiro beijo e já me ias roubar outro, assim não vale.

-Que vergonha!-Disse escondendo a cara no peito dele.-Sinto-me uma criança depois de dar o primeiro beijo ao amiguinho da escola.

-Parva! Olha para mim!

-Eu...tu fazes-me bem. E...acho que isto não é só um carinho.-Ele olhava para mim confuso.- Eu...acho que...acho que gosto de ti a sério, é isso.

-Achas? 

-Sim. Quer dizer não. Eu tenho a certeza. Eu tenho aqueles sintomas habituais de quem está...apaixonada. Sim, tenho aquelas borboletas. Sim, passei mal aqueles dias sem noticias tuas. Sim,vim a correr assim que saí do tribunal porque só quero estar contigo. E quando te vi só te quis agradecer e mostrar isso.


-Gosto tanto de ti.-Disse olhando-me nos olhos. Aproximou-se de mim e beijou-me.

-E agora?

-Agora o que?


-Nós...


-É como te sentires mais à vontade.


-Tenho de começar por arranjar uma casa.


-Nem penses! Fica aqui comigo.


-Mas a casa é tua.


-Pode ser tua e do Matheus também. É muito grande só para mim.


-Mas eu também quero contribuir para os gastos.

-Não é preciso.


-Ou isso ou vou-me embora.


-Isso não!


-E estás preparado para me aturar?


-Aturar?


-Dizem que eu não sou fácil de aturar. E vais ter de ter paciência comigo por causa do que aconteceu.


-Sim, vamos com calma. Eu espero.-Levantou-se, puxando-me para que eu me levantasse também. De seguida rodeou a minha cintura com os seus braços.- Basta que estejas assim perto de mim.

-Porque é que és tão alto?-O Lisandro tem quase mais 25 centímetros que eu. 

-Os meus pais, principalmente o meu pai, também são.

-Mas...eu assim não chego aí.


-Chego eu!-Disse inclinando-se para me dar um beijo curto.-Já chega! 

-Eu estou tão feliz!-Disse eu sorrindo.

-Há muitos dias que não via esse sorriso. É tão lindo!


-Só tu! Bem...tenho de ir buscar o Matheus!


-O Matheus!-Disse indo apressadamente para o intercomunicador.-Esqueci-me! Desculpa, desculpa! Mas ele está bem! Olha!-Disse trazendo-me o intercomunicador.

-O Matheus está aqui?

-Sim. Desculpa não te disse mas a tua mãe precisou de viajar já hoje e confiou em mim. E eu já gosto tanto dele...e ele de mim.-Disse a sorrir.

-Convencido! Mas é verdade! Obrigada por teres ficado com ele mas tu esqueceste-te dele?

-Foi quando chegaste...tiveste aquela entrada e distraiste-me mas ele tinha acabado de adormecer quando chegaste.


-Obrigada por tudo!E...-Ouviu-se um barulho vindo do intercomunicador, o Matheus estava a mexer-se e fomos até ao quarto.

O Matheus estava a mexer-se mas ainda dormia. E estava tão lindo o meu príncipe e via-se que o Lisandro tinha tratado bem dele. Deitámo-nos os dois, um de cada lado, ao lado do Matheus.
-Outra coisa...estás preparado para isto?

-Isto o que?

-O Matheus. É diferente de sermos só os dois. E não é mesmo teu filho, tens de levar com isto tudo, fraldas, choros e acordar a meio da noite.

-Mais que preparado! Não é mesmo meu filho mas meu amigo.-Disse pegando no telemóvel para me mostrar uma foto.
-Ele gosta mesmo de ti, eu sinto isso!-Disse olhando para o Matheus que tinha acabado de acordar.-Olá bebé da mãe! Sabes...agora somos três. O teu pai de sangue não está mas tens aqui um segundo pai ou um amigo como ele diz, talvez um dia seja mesmo aquela pessoa a quem vais contar as tuas namoradas e jogar à bola e tens aqui a tua mãe, cada vez mais forte e a tentar seguir em frente. Espero que me compreendas quando um dia já souberes que não cresceste com o teu pai biológico mas a mãe precisava de ser feliz para teres todo o meu amor e força para cuidar de ti. Gosto muito de ti meu príncipe.-Disse enquanto lhe fazia festas e ele olhava para mim como se percebesse tudo o que eu dizia.  

-E aqui o amigo, também gosta muito de ti campeão!- Acabei por deixar escapar uma lágrima ao pensar que tudo se estava a recompor. - A tua mãe é uma chorona! Mas é de felicidade espero!

-Sim é! Dois meses e meio depois, tudo se está a recompor.

-Demoraste 2 meses e meio a apaixonares-te por mim?! Tanto tempo!

-És tão parvo!Maldito dia que me apareceste à frente!-Disse eu com cara séria para depois me desmanchar a rir.

-Parva!

-Agora fora de brincadeiras, ainda bem que apareceste e que me mostraste a pessoa que tu és!-Demos um abraço para depois levar o Matheus para a sala onde lhe dei o leite.

No Dia Seginte....
Para aproveitar o último dia livre do Lisandro antes de começar os treinos, começámos a manhã com um passeio.


Assim que chegámos a casa fomos montar tudo para o quarto do Matheus porque o Lisandro com muita insistência tinha-me convencido a definitivamente ficar na casa dele apesar de eu achar que era um abuso.

Estávamos a admirar o quarto quando o toque do meu telemóvel me chamou à atenção. Já desesperava por aquela chamada desde o dia anterior.
-É a minha mãe!

-Atende!-Disse o Lisandro.

-Olá Mãe!

-Olá Filha! Como é que está tudo?

-Está tudo! Correu bem no tribunal, o Matheus fica comigo. E vocês, foram embora à pressa porquê?
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Olá a Todas!
Espero que tenham gostado deste capítulo!
Fico à espera da vossa opinião que é muito importante!
Beijinho!
Sofia

domingo, 1 de novembro de 2015

14-"esta casa é tua e eu não existo até este assunto se resolver!"

-Medo de me magoar, medo que me magoem...eu só quero ser feliz, percebes?

-Sim, eu entendo.

-Mais alguma coisa que me queiras dizer?

-Lisandro...sinceramente eu não te sei o que dizer nem quero dizer nada precipitado porque não te quero magoar nem quero avançar com as coisas e depois chegar à conclusão que sentia apenas falta do carinho ou de uma pessoa como tu.

-Certeza? Eu não me importo de sair magoado disto. Eu só quero viver o momento...



A aproximação dele a mim foi rápida e o beijo lento. A verdade é que não interrompi aquele beijo mas arrependi-me depressa de não o ter feito.

-Lisandro...isto não devia ter acontecido!

-Desculpa!-Disse ele. Não consegui dizer nada mais e saí dalí. Fui até ao quarto onde estava o Matheus. Ele parecia ter acabado de acordado, fiz-lhe algumas festas enquanto pensava no que tinha acontecido.

No Dia Seguinte...
Tinha acabado por dormir em casa do Lisandro no quarto de hóspedes. Acordei eram 10 horas com o Matheus a chorar com fome. Não estava ninguém em casa e tomei a liberdade de ir até à sala dar de mamar ao menino. Assim que ele terminou, alguém tocou à campainha. Fui à porta e assim que a abro, vi quem menos esperava.
-Ezequiel?

-Sim eu.-Disse entrando, percebi logo que vinha problemas e discussões. Fechei a porta e fui atrás dele.

-Desculpa esta casa não é minha, não tens o direito de entrar assim. 

-Quero falar contigo.

-Diz.-Sentei-me no sofá, com o Matheus no colo.

-Eu disse que não podias sair do país. O  Matheus não é só teu filho.

-Tens noção do que eu tenho passado? Achas necessário fazeres-me passar por mais isto?

-Isso pouco me interessa. 

-Mudaste muito. Não te conheço.

-Não quero saber nada disso. Já sabes: ou voltas para Portugal e me deixas ver o nosso filho ou eu vou fazer de tudo para provar que não tens condições para o tratar.

-Tu tens? Não tens tempo para nada.

-Mas tens de no mínimo estar em Portugal.

-Preciso de me afastar de tudo agora.

-Mas já estás a viver com outro gajo.

-Nem tens nada a ver com isso.

-Pois não, adeus. Passa bem.-Disse, encaminhando-se para a porta. Quando a abriu deu de caras com o Lisandro. Mais um assunto para resolver e enfrentar.

-O que é que aconteceu?-Disse entrando e fechando a porta.-Ele...

-Sim, ele é o pai do Matheus e eu não posso ficar mais nesta casa.

-Porque? Vais para onde?

-Não sei mas não posso ir para o hotel, não há condições para o Matheus. Secalhar volto para Portugal.
-Não! Não podes! Aqui estás melhor!

-E arrisco ficar sem o meu filho?

-Ele veio ameaçar-te?

-Sim. Por isso tenho de sair. Esquecer tudo.

-E nós?

-Isso também não pode existir.

-Eu venho já.-Disse indo até ao quarto e voltando alguns minutos depois com uma pequena mala.

-Isso é para que?

-Fazemos assim: esta casa é tua e eu não existo até este assunto se resolver!-Deu-me um beijo na minha testa e do Matheus e saiu de casa.

Eu não consegui ter qualquer reacção. Aquela casa é dele e era injusto ele abdicar dela por causa de mim. Pensei em ligar-lhe mas deixei passar as horas para pensar e esperar que ele voltasse mas o fim do dia chegou e isso não aconteceu, o que me deixou preocupada. Liguei-lhe mas ele não atendeu, enviou-me uma mensagem a dizer: "Não te preocupes, eu estou bem e bem instalado. Amanhã vou tentar ajudar-te a resolver este problema. Se conseguir eu volto a casa."Respondi-lhe dizendo apenas: " Desculpa por tudo". Aquela noite foi complicada tanto de adormecer como parar de pensar em tudo o que aconteceu.

3 Dias Depois...
Tinha passado 3 dias em que permaneci na casa do Lisandro e ele nunca apareceu. Tentei contactá-lo mas ele não me atendia as chamadas nem respondia às mensagens. Eu tinha as minha malas feitas para abandonar Getafe rumo a Lisboa onde de tarde vou ter uma audiência para definir a quem pertence a custódia do Matheus.
...
Eram 13:30 quando aterrei no aeroporto de Lisboa. Apanhei um táxi em direcção ao tribunal e estava completamente distraída nos meus pensamentos, quando o meu telemóvel tocou. Assim que vi que era o Lisandro apressei-me a atender.
-Lisandroo!!

-Olá! Isso era tudo saudades minhas?

-Sim! Não! 

-Então?

-Estúpido! Tu não me dizes nada há três dias!

-Não precisas de me  ofender! Foi pelo teu bem.

-Desculpa.

-Olha espero que corra tudo bem e que voltes por favor.

-Vou voltar sim, o Matheus ficou aí com a minha mãe.

-E eu também fiquei.

-E tu também ficaste!

-Espero que isso queira dizer o que eu estou a pensar.

-Olha estou a chegar ao tribunal, tenho de desligar. Obrigada por tudo Lisandro!

-Depois diz-me como correu. Beijo grande.

O Táxi parou à porta do tribunal e como faltava poucos minutos para a hora combinada entrei. Junto há porta da sala encontrei os nossos advogados e o Ezequiel. Cumprimentei todos como pessoa educada que sou mas já não consegui olhá-lo como antes.
...
-Ezequiel diga-me o que considera ser melhor para o seu filho.-Disse o juiz.

-Eu considero que o melhor para o meu filho é ficar com....

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Olá a Todas!
Espero que tenham gostado deste capítulo!
Vêm daí surpresas!
Aguardo pelos vossos comentários!
Beijinhos!
Sofia

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

13-"Tu és muito especial para mim!"

Assim que entrámos no quarto o telemóvel da minha mãe começou a tocar, depois de poisar as malas atendeu-o. Conforme a conversa ia decorrendo, comecei a ficar preocupada.
-O que é que se passa?-Perguntei depois de ela desligar a chamada.

-O teu pai.

-O que é que tem o pai? Diz!

-O pai teve um acidente de carro, está no hospital mas não corre perigo de vida. 

-Vamos ter com ele!

-Calma! Ele vai ter alta e diz que vem para cá assim que se sentir menos dorido.

-Certeza?

-Sim.- Nesse instante, o meu telemóvel começou a tocar, era o Lisandro.

1 Mês Depois (3 de Setembro de 2013)
Aquele telefonema à um mês atrás tinha voltado a juntar-me com o Lisandro na mesma cidade, ele tinha sido emprestado ao Getafe. Hoje era o dia da sua apresentação e tinha lhe prometido estar presente mas escondida no camarote para que não existisse especulações sobre nós.
 

Depois das habituais fotos, esperei que ele trocasse de roupa para que chegasse perto de mim.
-Olá!-Disse assim que chegou, dando-me dois beijinhos.

-Olá!

-Está tudo bem? Pareces estranha.

-Hoje é dia de alegrias, depois eu conto-te o que se passa.

-Não, não! Seja que dia for, se precisares podes contar sempre comigo!

-Obrigada! É isto!-Dei-lhe uma carta que a minha advogada me tinha enviado por correio. Essa carta era nem mais nem menos uma acusação feita pelo Ezequiel de eu ter fugido com o Matheus. O Lisandro leu tudo mas calculei que ele não percebesse quase nada.

-Não entendi muito mas é uma acusação?

-Sim contra mim. Pelo pai do Matheus por o ter trazido sem a autorização dele.

-E agora?

-Vou ter de ir a tribunal e...ele pode tentar tirar-mo.-Disse deixando cair uma teimosa lágrima.

-Não chores! Tu és a melhor mãe e ninguém te vai tirar o menino!-Disse limpando as lágrimas e dando-me um abraço.

-Tu apareceste do nada mas és a melhor pessoa que eu já conheci nos últimos tempos. Obrigada por tudo!

-Tu és muito especial para mim!

-Especial?

-Não me faças perguntas por favor. Podes tirar-me uma foto?

-Depois quero saber a resposta. Posso sim!-Peguei no telemóvel dele e tirei-lhe a foto para ele publicar na redes sociais.

Depois daquele momento e a meu pedido fomos até casa dele, um sítio calmo. Pelo caminho comprámos o almoço, pois nenhum dos dois lhe apetecia cozinhar.
-Vou preparar os nossos pratos para almoçar-mos!-Disse assim que entrei em casa dele, uma casa pequena mas muito bonita.-Está pronto! Vou só à casa de banho!

-Ao fundo do corredor à esquerda!- Não demorei muito na casa de banho mas quando voltei já não vi o Lisandro nem o Matheus no carrinho.

-Lisandro?-Comecei por procurar na cozinha e depois percorri o corredor que também dava acesso aos quartos.-Lisandro?

-Aqui!-Ouvi muito baixinho mas que me levou a abrir uma das portas. O que encontrei deixou-me completamente encantada e com um sorriso.
-Ele acordou assim que foste para a casa de banho e eu trouxe-o para aqui para ver se ele acalmava.- Disse o Lisandro assim que me deitei ao lado do Matheus.

-Tu estás a fazer-me sonhar.

-Sonhar?

-Sonhar com aquilo que eu sempre imaginei como momentos em família.- Ele sorriu.

-Vamos?

-Sim.-Colocámos alguma almofadas à volta do Matheus que tinha voltado a adormecer e fomos até à cozinha.

-Sabes foi a primeira vez que eu peguei num bebé, eu tinha muito medo. São muito frágeis.

-Então e o Matheus não?

-Vocês são diferentes. São os dois muito especiais para mim.

-Agora vais me explicar isso.

-Não sei. Tu sofreste aquilo tudo, depois o pai do menino abandonou-te, todos te julgam, não estás a passar pelo melhor momento. Nesse teu momento mau, apareceste na minha vida.

-E tu na minha.

-Sinto que as coisas têm um motivo.Tu és uma pessoa forte por ti e pelo menino mas eu quero proteger-vos, quero aparar as tua lágrimas, sorrir quando tu sorris...

-Não digas essa coisas!-Disse escondendo a cara.

-Não te escondas! É tudo sincero.-Disse sentando-se na cadeira mais perto de mim. 

-Por isso é que eu me escondo. À precisamente um mês que te conheci e que é tudo sincero em ti, tudo natural e eu senti que contigo posso ser eu! Sem medo nem receios, sem medo de ser criticada mas tenho outros medos...

-Quais?-Aproximou-se de mim, segurou na minha mão e olhou-me nos olhos.-Diz-me o que vai aqui dentro?-Com falta de uma resposta minha...desviou o olhar para seguir o movimento da sua mão que poisou no meu peito, no meu coração.
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Olá a todas!
Espero que tenham gostado! 
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Besos,
Sofia

quarta-feira, 17 de junho de 2015

12-"Daqui a uns dias, começamos uma nova vida!"

Entrei em casa, dirigi-me para a sala e encostei o carrinho do Matheus, que dormia serenamente, ao lado do sofá. 
-Filha tens uma visita!-Assim que levantei a cabeça, vi quem menos esperava.

-Olá!-Era Ezequiel que estava ali sentado no sofá. Levantou-se e encarou-me, ficámos com os olhos postos um no outro. Nenhum de nós reagia. 

-Eu deixo-vos à vontade para falarem.-Disse a minha mãe, despertando-nos.

-Obrigada mãe.-Ela saiu. Coloquei a chucha ao Matheus e voltei a encarar o Ezequiel.

-O que é que fazes aqui?-Perguntei da forma mais fria. Não conseguia ser de outra maneira com a pessoa que tinha desistido de mim.

-Soube hoje que tinhas voltado e que aquele cabrão foi preso.

-Escusas de ver com essa conversa de quem está preocupado e revoltado porque eu não acredito em nada.

-Madalena...

-Eu sei de tudo. Tu desististe de mim, tu desapareceste!-Disse em tom de raiva.

-Isso é mentira! Eu só me quis afastar para não arranjar problemas. 

-E onde é que estava a pessoa que prometeu à minha mãe que ia estar sempre lá e que a ia ajudar a encontrar-me? Onde?-Ele sentou-se de novo no sofá, colocando as mãos na cara.

-Eu...sei lá pensei que tivesses recuado. Insisti contigo naquela manhã, pensei que te tivesses afastado. 

-Isso não é desculpa. Tu sabias que havia a hipótese de acontecer o que aconteceu. Mas não, tu seguiste com a tua vida para a frente e eu vou fazer o mesmo.

-Tu sabes?

-Sei que que bastaram 6 meses para me esqueceres. Ouvi uns rumores mas se for verdade, espero que sejas muito feliz!

-Mas...

-Mas nada! Estás à vontade para seguir a tua vida!-Levantei-me do sofá e fui até ao carrinho, onde peguei o Matheus ao colo.- Agora só temos uma coisa que nos une, o nosso filho!-Assim que terminei a frase, o Ezequiel levantou a cabeça muito espantado.

-Nosso filho?

-Sim, naquela noite...

-Tu não me ias contar nada?

-Sabia que ias voltar. Não pensei é que fosse tão cedo.

-Posso pegar?-Coloquei o Matheus nos braços dele e afastei-me um pouco. Achei que devia ser um momento de pai e filho apenas.-E agora?-Perguntou alguns minutos depois.

-Agora o que?

-A nossa vida...

-Podes vê-lo sempre que quiseres. 

-Eu sempre quis ser pai mas não queria que fosse assim. Vou perder muitas coisas do crescimento dele.

-E...há uma coisa que eu queria falar contigo.

-Diz.

-Eu estou a pensar sair de Portugal.

-Não! Não podes!

-Posso!

-E eu fico sem ver o meu filho?

-Podes ir visitar-nos!

-Não! Vai ser muito mais difícil!

-Pára de pensar só em ti! Pensa no que eu passei, eu preciso de me afastar daqui!

-Eu não mudo a minha opinião! Eu apresento queixa de ti se sais de portugal com ele!

-O que?-Tirei o Matheus do colo dele e fui até à porta.-Sai daqui por favor!

-Eu saio mas podes ter a certeza que eu não estava a brincar!-Ele saiu e eu fechei a porta. Não acreditava nas palavras dele mas mesmo assim fiquei preocupada.

-O que é que aconteceu?-Perguntou a minha mãe, entrando na sala.

-Preciso de sair daqui! Quero sair de Portugal!

-Calma!

-Preciso de mudar de ares por uns tempos.

-Estás a pensar ir para casa dos teus tios em Madrid?

-Não. Isso ia-me fazer lembrar do Ezequiel.

-Sim, tens razão.

-Tenho que escolher um sítio. Vou pensar nos próximos dias.

-Queres que eu vá contigo?

-Tu tens as tuas coisas aqui, o teu trabalho, as tuas amigas...

-E o que isso importa em comparação com a minha filha?

-A sério?

-Mas só se tu quiseres e precisares de mim. 

-Claro que quero! Vai ser importante ter o teu apoio.-Respondi, abraçando-a.

-Daqui a uns dias, começamos uma nova vida!

-Espero que seja melhor!

-Vai ser! 

-Vou dar de mamar ao Matheus, depois podes adormecê-lo?

-Sim.- Assim que acabei de lhe dar de mamar, deixei-o com a minha mãe e subi ao meu quarto. Estava na altura de começar a procurar uma cidade para viver durante um tempo. Estava mais que decidido que seria em Espanha por ser mais perto de Portugal. Depois de muita pesquisa e de excluir algumas opções sobrava-me Granada e Getafe. Duas cidades pequenas. Mas a minha escolha acabou por recair sobre Getafe (uma pequena cidade de Madrid). Eu precisava de um sítio calmo para recuperar a minha vida e a minha felicidade. Depois de mais algumas pesquisas, procurei a minha mãe que estava na sala.

-Mãe...-Falei baixinho pois o Matheus dormia serenamente no colo dela.

-Sim?

-Que achas disto?-Coloquei algumas folhas em cima da mesa enquanto a minha mãe foi pôr o menino na alcofa. Já tinha hotel para os primeiros dias, uma ideia da possível casa para morar e, também, uma universidade para continuar a estudar.

-Pensaste em tudo! Mas...

-Mas?

-Sabes que não vai ser fácil eu encontrar trabalho assim que lá chegar,

-Sei mas enquanto não começarem as aulas eu posso começar a trabalhar e secalhar consigo conciliar as duas coisas.

-Quando lá estivermos logo vemos. Quando é que vamos?

-Dois dias?

-Dois dias?

-Se não te importares...

-Não! Vamos nesta aventura!

-E um dia voltamos!

-Só quero que recuperes o teu sorriso e que sejas feliz!-Disse a minha mãe dando-me um beijo na testa.

No Dia Seguinte...
Levantei-me eram 11h, dei de mamar ao Matheus e coloquei-o na alcofa. Peguei num iogurte e sai em direcção ao aeroporto. Não existiam passagens para daqui a dois dias mas para amanhã de manhã (as últimas duas).  Não podia adiar. Voltei a casa onde a minha mãe já preparava o almoço.
-Voltei!

-Já tens as passagens?

-Já mas é para amanhã.

-Amanhã ou depois é igual. Já fiz a minha mala.

-Eu não. Faço logo à noite.

-Eu à tarde vou despedir-me das minhas amigas.-Disse a minha mãe.

-E eu do Lisandro que me tem apoiado muito nestes dias.

-Lisandro é o rapaz que tem aparecido aí na baía?

-Sim.

-Amigo ou...

-Ou nada!Não quero nada mais que isso neste momento.

Algumas Horas Depois....
Assim que cheguei à baía esperei apenas alguns minutos até que o Lisandro chegasse. Como nos outros dias, ele vinha bem disposto e sempre sorridente.
-Buenas Tardes!

-Boa Tarde!

-Então a que se deve este convite?

-Quero-me despedir de ti! E agradecer-te por tudo, o teu apoio nestes três dias foi muito importante!

-Calma, calma! Despedir?

-Sim, segui a tua sugestão. Vou mudar de ares!

-Que pena!

-Que pena?

-Sim. Estava a gostar de te conhecer. E pensei que estávamos a construir uma boa amizade.

-E estamos. E vamos continuar a construir mas com alguns quilómetros de distância.

-Vais para onde? 

-Getafe em Madrid. E tu já sabes se ficas?

-Ainda não.

-Pode ser que não vá para muito longe.

-Longe ou perto nem penses que te livras de mim. És um bom ouvinte e...esse sorriso contagia toda a gente.

-És tão querida!-Disse dando-me um beijo na bochecha.-Que achas de irmos dar uma volta?

-Posso escolher o sítio?

-Sim. Eu não conheço nada. Só o caminho do centro de treinos para casa.

-Vamos lá então!-Coloquei o ovo do Matheus no carro do Lisandro e seguimos caminho. Em 15 minutos, chegámos ao destino. Não era nada de especial mas tinha uma vista linda.
         



-Que vista linda!

-Depois da baía, é o meu segundo lugar preferido para espairecer! 

-Obrigado!

-De quê?

-Por me trazeres a estes sítios. Por teres cabeça para me aturar depois do que te aconteceu.

-A vida tem de seguir para a frente.

-Tens aí dentro uma força enorme que não sei onde vais buscar!

-E tu? Esse sorriso? Onde é que o vais buscar?

-É a maneira mais fácil de encarar a vida. Não é fácil estar longe dos meus pais e irmãos mas se sorrirmos para a vida, ela também sorri para nós.

-Pronto! Vou começar a sorrir todos os dias!

-Fazias bem! O teu sorriso é lindo!

-Não digas essas coisas.

-Desculpa.

A conversa prolongou-se por mais uma hora, até que chegou a hora de voltar a casa. 15 minutos depois estava a estacionar à porta de casa.
-Mais um vez, obrigada por tudo! Obrigada pela ajuda, pelo carinho!

-Tu mereces isso! Mereces o melhor!-Abraçamo-nos e cada um seguiu o seu caminho.

Entrei em casa e a minha mãe ainda não tinha voltado. Dei de mamar ao Matheus e levei-o até quarto onde o deitei em cima da cama para começar a preparar a minha mala. As recordações más ficavam e as boas iam comigo, era esse o objectivo: voltar a ser feliz sem o passado a atormentar. 

No Dia Seguinte...
Eram 13h quando aterramos no aeroporto de Madrid, onde apanhámos um táxi para Getafe. 35 minutos já estávamos em frente ao hotel.

Entrámos, fizemos o check-in e fomos arrumar as nossas malas naquele que seria o nosso quarto nos próximos dias.

Assim que entrámos no quarto o telemóvel da minha mãe começou a tocar, depois de poisar as malas atendeu-o. Conforme a conversa ia decorrendo, comecei a ficar preocupada.
-O que é que se passa?-Perguntei depois de ela desligar a chamada.

-O teu pai.

-O que é que tem o pai? Diz!
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Olá a todas!
E algum tempo depois estou de volta!
Espero que tenham gostado! 
Opiniões? Fico à espera delas!
Un beso!

Sofia