sábado, 26 de julho de 2014

4-"Porque gosto de ti!"

-Já volto! Vem comigo Ezequiel!-Ele apenas olhou para mim e seguiu-me até ao quarto. Entrámos e fechei a porta.

-Não vás! Fica mais uns dias!-Não eram apenas as palavras que saiam da boca dele que pediam que eu ficasse, era também o olhar dele.

-Não posso Ezequiel!Tenho mesmo de ir!

-Mas...-Não o deixei acabar de falar e fiz aquilo que tinha de fazer, tinha de lhe mostrar aquilo que sinto.

Depois de ganhar coragem e como não sou boa com palavras, passei aos gestos. Poisei dois dos meus dedos nos lábios dele para impedir que falasse e posei a minha outra mão na face dele. Ele retirou a minha mão da boca dele e segurou-a, aproximou-se mais um pouco de mim e poisou a outra mão no meu pescoço. Aproximei-me ainda mais dele e colei os meu lábios aos dele para um beijo calmo.
-Sentes o mesmo que eu?

-Sim. Primeiro apaixonei-me pelo teu sorriso e depois por ti!-Poucas mas as palavras tinham saído.

-E vais embora?

-Há coisas que não são para acontecerem.-Virei costas e sempre a pensar no que tinha acontecido, voltei à sala. Sai à porta e eles já estavam dentro do carro à minha espera. Fechei a porta de casa, entrei no carro e rumámos ao aeroporto.

. . .
As horas de viagem serviram para pensar no que tinha feito. Tinha fugido à minha felicidade mas, também, mais uma vez, tinha sido "atacada" pelos meus medos: medo do futuro, medo de sofrer e medo que não resultasse.
Eram 11:30h quando eu e a minha mãe entramos em casa, arrumei as minhas roupas e almoçámos. À tarde combinei estar com a minha melhor amiga a Ana.
-Eu vou abrir!-Gritei eu quando tocaram à campainha.

-Boa Tarde!


-Ana!-Exclamei dando-lhe dois beijinhos. Ela desviou-se um pouco e atrás dela estava  a Rita e a Maria, mais duas amigas. São as minhas três meninas.

-Surpresa!-Disseram elas.

-Afinal também vieram!Que bom!-Cumprimentei-as e fomos para o meu quarto.

-Como é que foi em Madrid?-Perguntou a Ana.

-Nem queiram saber.-Disse eu a sorrir.

-Com esse sorriso, ainda queremos mais!-Disse a Rita.

-E já!-Disse a Maria.

-Eu conto!-Voltei a recordar o momento em que conheci o Ezequiel e todos os momentos em que o conheci melhor e apenas três dias chegaram para começar a gostar dele.

-E ela apaixonou-se por ele!-Disse Maria, depois de eu acabar de contar.

-Não sei. Ele é tão querido, simpático, respeitador, atencioso...

-Nem digas mais nada! Vê-se no teu sorriso e no brilho dos teus olhos!-Disse a Ana.

-O Ezequiel ainda vai curar o coração da nossa amiga!-Disse a Rita, olhando para todas.

-Não me parece! Eu estou aqui, ele lá!

-Agora. A Vida dá muitas voltas!-Disse a Ana.

4 Dias Depois...
Os últimos dias da semana de férias passaram a voar. Hoje era dia de voltar às aulas, a vontade era pouca mas tinha de ser.As minhas aulas eram só até às 13h e, por isso, até passou depressa.
Eram 13:30 quando estava a entrar em casa. Meti a chave à porta e o meu telemóvel começou a tocar. Entrei, enquanto retirava o telemóvel e atendi enquanto fechava a porta. Era um número que eu não conhecia.
-Estou? Quem fala?-Perguntei eu.

-Hola!É o Ezequiel!-Não esperava nada aquele telefonema mas confesso que já tinha saudades daquela voz.

-Olá! Não estava à espera que ligasses.

-Liguei só para perguntar se já recebeste a minha carta?


-Qual carta?-Nesse preciso momento a minha mãe apareceu e pareceu-me ir dizer algo mas como viu que eu estava ao telemóvel, ia para ir embora.-Espera aí Ezequiel!

-Mãe!Diz!

-Era só para dizer que chegou uma carta para ti.-Ela deu-me a carta para a mão e saiu. Olhei para ela e no remetente dizia Ezequiel Garay.

-Ezequiel!-Disse, voltando a falar para o telemóvel.

-Sim?

-Afinal já recebi.


-Então lê e responde por favor.

-Vou fazer isso.Até logo ou até amanhã.

-Besos!

-Besos!-Desliguei a chamada. Não esperava ouvir tão cedo a voz dele e muito menos receber uma carta dele. Olhei para ela e alguns minutos depois decidi abri-la.

Quando acabei de ler a carta, toda eu tremia. Nunca pensei que me voltasse a apaixonar tão cedo depois do que passei e sempre pensei que podia fugir ao que sinto e que nenhum homem viria atrás de uma rapariga frágil e insegura. Mas ele veio. Já não sabia o que pensar mas tinha de agir, tinha de ser sincera com ele.
Percorri o corredor até ao meu quarto, peguei num folha de papel e sentei-me junto à minha secretária. Nesse momento alguém bateu à porta. Era a minha mãe.
-Sim?

-Está tudo bem?-Eu sorri logo e a minha mãe não me deixou falar.-Já não precisas de dizer nada!

-Porquê?

-Porque esse sorriso diz tudo.-Disse ela virando costas.

-Espera!-Pedi eu.

-Sim?

-Entra e senta-te.-Ela olhou para mim, fechou a porta e fez o que lhe pedi. Eu peguei na carta que o Ezequiel enviou e dei-a para as mãos da minha mãe.

-Isto é a carta que te dei  à pouco?

-Sim. Quero que leias.-A minha mãe abriu a carta e começou a ler. Eu voltei a sentar-me em frente à minha secretária de costas para ela. Esperei alguns minutos mas acabei por me distrair a pensar no que iria escrever na carta para o Ezequiel.

-Filha!Isto é tão bonito!-Disse a minha mãe assustando-me.

-É não é?-Perguntei a sorrir.

-Muito! Gostas dele?

-Sim. Foram três dias apenas mas sim.

-Mas há aí mais qualquer coisa não há?

-Há o medo!

-De?

-De voltar a sofrer. Sabes bem pelo que passei.

-Achas que o Ezequiel te faria passar pelo que passaste antes?- Perguntou a minha mãe, deixando-me a pensar durante alguns segundos.

-Não!-Afirmei eu.

-Também acho que não!

-E agora?

-Agora? Está na altura de arriscares seguir o coração e não a razão ou o que pensas. Está na altura de seres feliz! O que aconteceu no passado é no passado que tem de ficar.-Disse a minha mãe, fazendo-me sorrir.

-E se não resultar?

-Se não resultar, eu estou aqui para te apoiar e ajudar. E tens a Ana, a Rita e a Maria!

-As minhas meninas! Falta a Catarina.

-Ela nem merece que fales nela nem que penses. Os verdadeiros amigos não desaparecem quando mais precisavas.

-Das quatro era com quem eu tinha mais ligação.

-Mas só elas as três se mostraram verdadeiras amigas!

-É, tens razão!

-E agora? Vais responder ao Ezequiel?

-Sim!

-Então deixo-te sozinha!-Disse ela dando-me um beijo na bochecha.

-Obrigada Mãe!

-Não agradeças! Sou tua mãe e faço o melhor por ti!

-Eu seu! És a melhor mãe do mundo!-Ela sorriu-me e saiu. Estava na altura de começar a escrever a carta de resposta ao Ezequiel.
Escrevi tudo o que me ia passando pela cabeça e tentei mostrar-lhe de alguma maneira que também gosto dele. Coloquei a carta no envelope e fui colocá-la no correio.
Estava a entrar em casa quando o meu telemóvel começou a tocar, era o Ezequiel.
-Hola Ezequiel!

-Já leste a carta?

-Já.

-E?

-E já respondi e já pus no correio! Três dias e está aí.

-Vou mesmo ter de esperar?

-Sim. Tu também enviaste carta. 

-Pronto, eu espero.

-Não tinhas outro remédio!

-Eu espero o tempo que for preciso pela carta e por ti!

-Ezequiel!

-O que foi? Eu só digo o que sinto.

-Mas eu...não estou habituada a isso.

-Desculpa.

-Não tens de pedir desculpa. Quem tem sou eu, por não ser uma pessoa normal.

-Tu és normal! Só não estás habituada a que te tratem como mereces e a respeitarem a pessoa que és.

-E porque é que tu o fazes?

-Porque gosto de ti!

-Eu...-Não conseguia dizer o mesmo, sabendo que a seguir iria ter alguma reacção dele.

-Tu?

-Eu tenho de desligar! Desculpa.

-Espera!-Ainda o consegui ouvir dizer antes de eu desligar a chamada.

Inseguranças e medo. Medo de me magoar de novo. Medo de descobrir o que é realmente ser amado por alguém. 

4 Dias Depois...
Estava a entrar em cada quando o meu telemóvel começou a tocar. Começava a ser habituo isso acontecer. Fechei a porta e ia para tirar o telemóvel da mala quando parou de tocar.
-Era eu que te estava a ligar filha!

-Tu?

-Sim. Era para saber se demoravas muito.

-Porquê? Cheguei à hora do costume.

-Porque tens uma pessoa à tua espera na sala.

-Quem?

-Vai ver!

-É a Catarina?

-Não. Esquece essa rapariga.-É um pouco difícil esquecer alguém com quem tinha uma ligação forte apesar de ter desaparecido quando eu mais precisava.

-Então é quem?É o Pai?-Há bastantes anos que não o via e a verdade é que tinha alguma vontade de o voltar a ver apesar de que para mim o meu pai verdadeiro estar em Madrid mais o meu irmão.
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Olá a Todas!
Este foi o 4º Capítulo! Desculpem ser tão grande mas tinha de ser assim mesmo! Espero que tenham gostado!
O que acharam do que aconteceu neste capítulo? Será o pai de Madalena que está na sala? Não posso dizer mas posso dizer que no próximo irá ser revelado o porquê de todos os medos de Madalena. Fico à espera dos vossos comentários!
Besos!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

3-"Ezequiel Marcelo Garay González...odeio-te!"

-Que foi?-Ele olhava para mim a alguns minutos  e muito sério. Levantou-se da cama dele e sentou-se na minha cama, ao meu  lado.

-Há algo em ti...-Tirou os olhos do chão para me olhar nos olhos.- Há algo em ti que me mexe comigo... que me faz querer estar junto a ti.- Poisou a mão direita dele em cima da minha mão e a esquerda na minha cara.-É o teu olhar, o teu sorriso...és tu!-Assim que acabou de falar, já estava muito perto de mim, consegui sentir a respiração dele. As palavras que ele tinha dito faziam sentido, eu sinto o mesmo. Ganhei coragem e aproximei-me um pouco mais, apesar de naquele  momento os meus medos me estarem a assombrar. Percebi que o Ezequiel ia avançar e senti um arrepio mas nesse momento alguém bate à porta e entra sem esperar pela resposta, acabando por não acontecer nada.

-Estão...- Ia o meu irmão dizer quando reparou que estávamos muito perto um do outro.- Ups...desculpem ter interrompido o momento.

-Não interrompeste nada!-Disse eu.

-Não, não! Vim só saber que estavam prontos porque vamos jantar fora!

-Eu estou!

-Eu também!-Respondeu o Ezequiel.

-Então, vamos!

Saímos os três do quarto e na sala encontramos os meus pais já prontos. Saímos todos de casa e como estava bom tempo, caminhámos até à rua principal de Madrid onde jantámos bastante tranquilos e divertidos.
Depois de jantar ainda passeá-mos  mas depois acabámos por voltar a casa.

. . .
-Podes vir comigo até ao quarto?-Perguntou o Ezequiel quando estávamos na sala e à frente dos meus pais e do meu irmão, deixando-os a olhar para mm.

-Sim, posso.

Percorri o corredor atrás do Ezequiel até quarto. Assim que entrámos eu parei junto da minha cama e ele foi até ao fundo da cama dele onde pegou num saco, retirando de lá uma camisola ou t-shirt. Caminhou, de seguida, até mim.
-Isto é para ti!-Disse esticando-me a camisola do Real Madrid. Virei e tinha o número e nome dele.

-Obrigada!

-Guarda-a bem! Sinto que essa camisola vai ser com a qual marquei o último golo pelo Real Madrid.

-Último? É a camisola do jogo de hoje?

-Sim, um dia vais perceber! E sim, é do jogo de hoje!

-Muito obrigada Ezequiel!- Dei-lhe um beijo na bochecha.-Vou guardá-la bem!-Ele sorriu apenas. Guardei-a junto das minhas coisas e voltei a sair do quarto. Assim que cheguei à sala olhavam todos para mim como se estivessem à minha espera.

-Estão a olhar para mim porque?

-Está tudo bem?-Perguntou a minha mãe.

-Sim! O Ezequiel só me queria dar uma coisa. E eu vim aqui dizer que me vou deitar! Boa Noite a todos!

-Boa Noite!-Disseram todos. Voltei ao quarto onde encontrei o Ezequiel pronto a deitar-se.

-Devíamos arranjar uma maneira de eu saber que estás despido antes de eu entrar no quarto.-Disse eu visto que ele estava apenas de t-shirt e boxers.

-Desculpa mas eu durmo assim!

-Então deita-te!-Enfiou-se logo na cama e tapou-se até ao pescoço.

-Queres que tape a cabeça também?

-Sim, que eu quero vestir o pijama!-Ele fez o que lhe pedi e em 2 minutos me vesti.-Já podes destapar!- Disse eu mas ele nem se mexeu. Fui até à cama dele e destapei-o, estava de olhos fechados.-Fraco!-Disse eu pensado que ele já dormia.

-Insensível!

-Que susto! Pensei que tivesses cansado e tivesses adormecido.

-Podia estar morto!! Podia ter sufocado!

-Sufocavas com pouco! Um dia ainda te digo o que sufoca!-Lá tinha eu de falar sem pensar.

-O que? Agora fiquei curioso!

-Um Dia...-Disse desligando a luz do candeeiro da minha mesa de cabeceira, a única acesa.

-Má!Buenas Noches!

-Buenas Noches!

No Dia Seguinte...
Estava muito bem a dormir quando o barulho dos estores e o sol que vinha lá de fora me acordaram. Estiquei a mão até ao meu telemóvel e vi as horas, era 12h. Tarde mas eu tinha sono.
-Mãe?

-Nao!

-Pai?

-Não!

-Ezequiel por favor deixa-me dormir!

-Não!

-Mas tu só dizes não? Vou acordar de mau humor e vou te bater!

-Tanta violência logo de manhã!

-É o que mereces!

-Levanta-te!-Disse ele chegando à minha cama e destapando-me.

-Ezequiel...só não chamo o teu nome todo porque não sei!

-Ezequiel Marcelo Garay González!

-Ezequiel Marcelo Garay González...odeio-te! E vou me vingar!-Fiz um movimento brusco e acabei por lhe acertar no nariz.

-Já te vingaste, pronto!-Disse ele, levantando-se agarrado ao nariz. Eu levantei-me e fui atrás dele.-Boa! Já te levantaste!

-Não te aleijei? És mesmo estúpido!

-Não! Eu só queria que te levantasses.

-Para que?

-Para vires almoçar comigo!

-Não quero!

-Porque?

-Porque não!

-Vem! Eu não mordo, só te quero conhecer melhor.

-Eu vou!Mas não devia por aquilo que me fizeste à bocado.

-Só te acordei!

-Pode ser perigoso! Às vezes acordo de mau humor.

-Aturava isso todos os dias!- Apenas consegui sorrir. Ficamos a olhar um para o outro até que ele interrompeu o silêncio.-Veste-te!-Disse, saindo do quarto.

Sorrisos, palavras  carinhosas, preocupação e o facto de me querer conhecer melhor estavam a deixar-me com um sorriso nos lábios. Assim que me apercebi que estava a sorrir, levantei-me da cama e comecei a escolher a roupa.

15 minutos Depois estava despachada e a caminho da sala onde já me esperava o Ezequiel.
-Estou pronta!

-Vais onde?-Perguntou o meu pai.

-Almoçar com o Ezequiel.

-Fazes bem! Aproveita o tempo que resta aqui!-Disse a minha mãe.

-Até já então!-Disse eu saindo eu saindo com o Ezequiel. Estava um bom dia e, por isso, fomos a pé.

. . .
-O que é que desejam beber?-Perguntava a empregada do restaurante.

-Para mim é uma coca-cola!-Disse eu.

-Para mim também!

-Trago já!

-É verdade que falas com o teu irmão por cartas?

-Sim! Agora já não que ele tem mais que fazer.

-Gostavas?

-Era diferente das habituais mensagens de telemóvel.

-Pois quase ninguém manda cartas agora.-Sorri-lhe mas nesse momento apareceu a empregada a quem fizemos os nossos pedidos.-Mas fala-me mais de ti!

-O que é que queres saber?

-Andas na  faculdade?

-Sim! Curso de Fisioterapia. E tu já estás aqui em Madrid há muito tempo?

-Desde os 21 anos em Madrid mas desde os 19 anos em Espanha.

-Deixas-te cedo o teu país!

-Teve de ser! Há que lutar pelos nossos sonhos.

. . .
O Almoço foi servido e continuamos a conversar,entre alguma brincadeira, sobre nós e sobre os nossos gostos pessoais. No fim do almoço, saímos do restaurante e passeamos um pouco no centro de Madrid.
-Que me dizes de uma sobremesa agora?-Perguntou o Ezequiel enquanto passeávamos.

-Guloso! Ainda saio daqui a rebolar!

-Não sais nada! Vamos?-Fiquei a olhar para ele alguns segundos até que ele segurou na minha mão e me puxou pela rua.

Em apenas 2 minutos chegamos a onde o Ezequiel me quis levar. Tínhamos pedido dois crepes.

Já no fim, o Ezequiel olhava para mim e eu não percebia o porquê.
-Que foi?

-Tens chocolate no queixo!-Disse ele rindo-se.-Eu ajudo!-Aproximou-se de mim com o guardanapo e limpou. Enquanto o fazia olhava-me nos olhos.-És tão linda!

-Ezequiel pára já! 

-É verdade! Olhos lindos, brilhantes...pele macia...sorriso perfeito...lábios perfeitos!-Disse, dando-me um beijo na bochecha.Fez-me estremecer mas também sorrir.

. . .
Eram 17 h quando regressamos a casa. Assim que entramos percebemos que não estava mais ninguém em casa e, por isso, aproveitei o sofá só para mim.
O resto daquele fim de tarde e a noite passaram a voar. Jantámos todos fora mas ainda antes da meia noite estávamos de volta a casa, amanhã iriamos acordar cedo para voltar a Lisboa.

No Dia Seguinte...
Eram 08:00h quando o meu despertador tocou. Apressei-me a desligá-lo e sentei-me na cama, antes que adormecesse.
-Já me acordaste!-Disse o Ezequiel

-Fecha os olhos que já adormeces outra vez!-Ele nada me respondeu, virou-se apenas para o outro lado. Aproveitei e vesti-me mesmo ali. Estava a acabar de arrumar a minha mala e a fechá-la quando o Ezequiel voltou a mandar vir comigo.

-O que é que estás a fazer? É preciso tanto barulho?

-Desculpa! Estava a acabar de arrumar as minhas coisas e a fechar a mala.

-Para?

-Ir embora.-Ele voltou a não me responder. Peguei na minha mala e percorri o corredor até à sala, onde já estavam os meus pais e o meu irmão.

-Bom Dia!

-Bom Dia!-Responderam eles.

-Tens aqui o teu pequeno-almoço!-Disse a minha mãe com um iogurte e uma maçã na mão.

-Já temos de ir?

-Sim. Eu deixo-vos no aeroporto.-Respondeu o meu pai. Alguns segundos depois olhei para o lado e tinha o Ezequiel mesmo ao meu lado com uma cara de sono que até metia medo.

-Disseste mala e ir embora?-Perguntou ele.

-Sim.

-Não podes ficar mais uns dias?

-Importam-se que eu vá lá dentro com o Ezequiel?

-Podes ir! Mas não demores  muito!-Disse a minha mãe.

-Já volto! Vem comigo Ezequiel!-Ele apenas olhou para mim e seguiu-me até ao quarto.
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Olá a Todas!
E este foi mais um capítulo desta fic! 
Gostaram? Espero que sim! Tanto do capítulo, como da fic e do rumo da história!
Fico à espera das vossas opiniões!
Besos!

terça-feira, 8 de julho de 2014

2-"Há algo em ti..."

Era Ezequiel que estava enrolado naquela toalha apenas da cintura para baixo, o resto do tronco estava a descoberto e a pingar água.
-Desculpa! Pensava que já tinhas saído!-Disse eu, tapando os olhos e virando costas.

-Espera, espera!-Mantive-me no mesmo sítio à espera que ele dissesse alguma coisa mas em vez disso, caminhou até mim. Segurou na minha mão e fez-me dar uma volta.-Estás linda!

-Não é nada de especial!-Respondi ainda de olhos fechados. 

-É sim! Tenho olhos para ver! Estás mesmo linda!-Disse fazendo-me uma festa na cara.-E podes abrir os olhos!

-Para ver não precisas de mexer!-Os elogios e agora o tocar estavam a começar a incomodar-me. Virei costas e saí.

Voltei à sala onde estava a minha mãe e o meu pai a ver televisão e a conversar.
-Está tudo bem Madalena?-Perguntou o meu pai.

-Sim está!

-Pareces estranha!

-Deve ser impressão tua!

-Estou pronto!-Disse o meu irmão, entrando na sala.

-Falta a princesa!-Respondi eu, fazendo todos rirem-se. Esperámos mais uns minutos até que ele chegou.

-Finalmente!Vamos?-Perguntou o meu irmão.

-Sim!-Saímos de casa e caminhámos pela rua até uma esplanada.

-E eu a pensar que me ias levar a uma discoteca.

-Ia ou iamos? Estás a falar tudo no singular porque?-Disse o meu irmão.

-Também ainda não percebi!-Disse o Ezequiel.

-E quando ele fala tu calas-te e só falas quando ele se cala. Não me digas que já se chatearam?

-Chateamos? O que é que eu fiz?

-Sabes bem! 

-Uiii...olhem eu vou ali aproveitar a noite! Entendam-se!-Disse o meu irmão, levantando-se e começando a caminhar pela rua.

-Álvaro Morata! Se não voltas aqui imediatamente, nunca mais te falo!-Ele não me ligou nenhuma e ainda me disse adeus com a mão.

-E  nós?

-Nós nada!-Levantei-me da cadeira e comecei a caminhar muito devagar, até ser travada pelo Ezequiel.

-Espera!-Disse ele correndo até mim e agarrando ao de leve no meu braço.

-Podes me largar se faz favor?

-Sim, desculpa!-Disse largando-me o braço.-Podemos sentar-nos ali e conversar calmamente?

-Pode ser em casa?

-Claro! Vamos então?

-Sim.-Percorremos de novo aquela rua mas sempre em silêncio, aproveitei para pensar o que responderia às perguntas que o Ezequiel provavelmente me iria fazer. 

Tinha passado pouco mais que uma hora desde que saímos e, por isso, eles ainda estavam na sala apesar de estarem aos beijos.
-Ups desculpem a interrupção!-Disse quando entramos.

-Já em casa?-Perguntou a minha mãe.

-Sim, a noite de Madrid está muito fria!

-É mesmo só isso?

-Sim!

-E obrigada Ezequiel por teres cumprido o que prometeste!

-De nada! Eu tento nunca falhar com o que prometo!

-E o meu filho?-Perguntou o meu pai.

-Armou-se em "resolvedor" de problemas, deixou-nos sozinhos e foi aproveitar a noite sozinho.

-Espero que não faça disparates.

-Bem, nós vamos para o quarto!-Disse eu.

-Os dois?-Perguntou o meu pai.

-Sim, só vamos conversar.-Respondi saindo logo dali, o Ezequiel seguiu-me. Entrámos no quarto, sentei-me na minha cama e ele na dele. Ficamos a olhar um para o outro durante alguns segundos mas ele interrompeu o silêncio.

-Porque é que reagiste daquela maneira à pouco?-E era a pergunta que eu já esperava. Ia tentar ser sincera com ele sem o magoar.

-Ezequiel...para mim não há homens respeitadores e queridos, apenas homens brutamontes, desrespeitadores com as mulheres e mulherengos.

-Enganas-te então! Eu não sou nada assim!

-Não acredito! És querido porque és mulherengo!

-Não, sou querido e respeitador porque foi a educação que os meus pais me deram!-Falava agora com um ar bastante sério, o que me fez querer acreditar no que dizia, apesar de ser muito difícil para mim. Tentei responder mas não consegui porque ele fez mais uma pergunta.-Mas porque é que pensas assim?-Fiquei alguns minutos a olhar o vazio, até que consegui responder.

-Apesar de só ter 21 anos, a vida já me ensinou isso.

-Namorado ou ex-namorado?

-Felizmente, ex-namorado!-Algumas recordações vieram-me à cabeça e uma lágrima acabou por cair pela minha cara. O Ezequiel assim que viu, saltou logo da cama dele para a minha. 

-Então?-Limpou-me as lágrimas que iam caindo.-Foi muito mau?

-Muito! Mas não o fim da relação. Sofri mesmo foi por o fim tardar em chegar.-Assim que acabei de dizer estas palavras, as lágrimas que corriam pela minha cara já eram mais que muitas.

-Não precisas de contar nada.-Disse passando a sua mão no meu rosto.

-Sim, prefiro não falar.

-Se te fizer bem podes chorar à vontade, não faz mal.-Encostei a minha cabeça no ombro dele e chorei, chorei até adormecer.

(Ezequiel)
Desde que conheci a Madalena que percebi que por trás da rapariga divertida e que tenta ser forte, à um rapariga frágil e sensível. Uma rapariga diferente das outras, especial. A rapariga que tem algo que me faz querer conhecê-la melhor,
Depois de ela adormecer apenas consegui abrir um pouco os lençóis da cama, pegar nela ao colo e pôr-a debaixo deles. De seguida, vesti o meu pijama e deitei-me.

No Dia Seguinte...
(Madalena)
Da noite anterior, lembro-me daquilo que falei com o Ezequiel e o quanto chorei a recordar a minha última relação mas não me lembro de me deitar na cama nem de adormecer.
Acordei era 12h. Ainda meia ensonada, sentei-me muito calmamente na cama, reparando num folha branca que estava na minha mesa de cabeceira. Peguei no papel e comecei a lê-lo.

"Olá Madalena!
Espero que estejas melhor e que te tenha feito bem chorar. Adormeceste encostada a mim e eu só peguei em ti e meti-te na cama, para não pensares outras coisas.
Em relação ao que me disseste ontem, espero que mudes de opinião, nem todos os homens são como tu achas que são!
Neste momento devo estar a treinar porque hoje é dia de jogo. Avisa os teus pais que está reservado um camarote para vocês assistiram ao jogo!
Até logo! Besos!
Ezequiel"

Enquanto lia aquele papel ia-me rindo e sorrindo. Ter um papel dele ao acordar era o que menos esperava. Ele tem sido querido e atencioso comigo, fazendo com que eu pense algumas vezes que a minha opinião sobre os homens possa ser exagerada e demasiado generalista.
Sai do quarto e percorri o corredor até à sala onde encontrei o meu pai.
-Bom Dia!

-Bom Dia!-Disse ele.

-A que horas é o jogo do Real Madrid?

-Às 16h.

-O Ezequiel deixou um papel a dizer que reservou um camarote para nós.

-Boa!-Disse ele todo entusiasmado. Segui até à cozinha onde encontrei a minha mãe a preparar o almoço.

-Bom Dia Mãe!

-Bom Dia!-Disse ela.

-O Ezequiel reservou um camarote para todos! Às 16h temos jogo!

-Que querido, o rapaz!

-É! Bem, eu vou tomar banho e vestir-me!

-Mas estás vestida!

-Adormeci e o Ezequiel pôs-me na cama assim!

-Assim como?

-Querido, simpático, atencioso...

-Juntas isso tudo e dá um homem engatatão e que anda com todas.

-Ou não!

-Não vou discutir isso contigo!

-Teimosa!


Percorri o corredor até ao meu quarto, onde arranjei algo para vestir e fui tomar banho.

. . .
Eram 15h quando entramos no nosso camarote no Santiago Bernabéu. Já tinha assistido a alguns jogos mas hoje o ambiente estava espectacular. 
Às 16 h o jogo começou e o Real dominou o jogo todo durante os 90 minutos. Assim que o jogo terminou, esperamos 15 minutos para que o Ezequiel saísse. Depois regressámos a casa 
Estivemos algum tempo na sala a comentar o jogo mas depois acabei por ir até ao quarto onde estava o Ezequiel sentado na cama com o portátil ao colo. Sentei-me na minha cama a trocar algumas mensagens com amigas quando reparei que ele olhava para mim.
-Que foi?-Ele olhava para mim à alguns minutos e muito sério. Assim que lhe fiz esta pergunta, levantou-se da  cama dele e sentou-se ao meu lado, olhando o chão para depois começar a falar olhando-me nos olhos.

-Há algo em ti...
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Olááá!!
E este foi o 2º Capítulo! 
Gostaram? Espero que sim!
Deixem as vossas opiniões!
Muito obrigada a quem leu e comentou o 1º capítulo! 
Besos!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

1-"Eu nunca me porto mal com estranhos!!

Abril de 2011
Começava hoje a minha semana de férias da Páscoa. Tinha combinado com as minhas amigas sairmos amanhã, hoje seria para descansar.
Acordei era 12h, percorri o corredor  até à sala e encontrei a minha mãe sentada no sofá.
-Bom Dia Mãe!

-Bom Dia dorminhoca!-Dei-lhe um beijo e ela a mim-Não te sentes!

-Porque?

-Porque enquanto eu faço o almoço, vais vestir-te e fazer as tuas malas!

-Madrid?

-Sim!- Com tantos trabalhos na faculdade nas últimas semanas, o tempo para estar com as amigas tem sido pouco e queria aproveitar esta semana mas assim iria ser difícil.-Que animação! Onde é que está a minha filha que fica sempre super animada quando se fala em ir a Madrid?

-Eu estou! Só que tinha combinado estar com as meninas nas férias.

-Mas podes estar! Desta vez ficamos apenas três dias.

-Então assim já estou super animada!-Disse esboçando um grande sorriso. Era sempre bom matar saudades do padrasto e do meu irmão que agora só liga ao futebol mas que gosto dele na mesma. 

Fui até ao meu quarto onde me vesti e fiz as minhas malas, trazendo-as depois para a entrada. 
-Madalena! O almoço está na mesa!

-Vou já!-Larguei as malas e fui até à cozinha.-As minhas malas já estão na entrada! Já tens os bilhetes?

-Sim! O voo é daqui a duas horas.

. . .
Eram 14H quando o avião levantou voo em direcção a Madrid. Duas horas depois já estavamos a aterrar no aeroporto de Madrid. Depois de recolhermos as malas, apanhámos um táxi para casa do meu padrasto. Assim que o táxi parou, saí logo, retirei a minha mala e apressei-me a tocar à campainha. Abriu a porta... uma pessoa que eu nunca tinha visto.
-Mãe, não é aqui?-Desci um degrau e olhei para a minha mãe mas ela não me respondeu.-Desculpe, enganei-me!-Disse eu voltando a olhar para o rapaz que tinha aberto a porta.

-Acho que não! Não és a irmã do Morata?

-Sim! 

-Então entra!

-Onde é que está o desnaturado do meu irmão?-Perguntei entrando em casa.

-Esse sou eu?-Perguntou o meu irmão, aparecendo na entrada.

-Claro que és tu! Mais desnaturado que tu não há!-Dei-lhe dois beijinhos e uma palmada no braço.

-Não sou nada!

-Desde que começaste a jogar pela equipa principal que te esqueceste de mim!

-Tenho menos tempo!

-Tem mais tempo para os fãs!-Disse o rapaz que me abriu a porta.

-Quem é este?

-Ele ainda não se apresentou?

-Não.

-Então esta é a minha irmã, Madalena! Este é o meu amigo e colega de Equipa, Garay!

-Ezequiel Garay! Hola Madalena!-Disse sorrindo. Aproximou-se de mim para me dar dois beijinhos mas eu afastei-me, esticando a minha mão para ele apertar. Olhou sério para mim durante alguns segundos e quando ia para esticar a mão dele, eu retirei a minha. Aproximei-me depois dele e dei-lhe dois beijinhos, enquanto me ria. Deixei de achar tanta piada quando ele poisou a mão dele no meu braço e me elogiou.-Tens uns olhos lindos!- Disse olhando-me nos olhos e sorrindo-me de seguida.

-Obrigada!-Nunca reagi muito bem a elogios e, por isso, fiquei um pouco envergonhada.

-E pronto, em poucos minutos conheces-te os dois lados da Madalena! O de divertida e o de envergonhada!

-Parvo!

-Gostei dos dois lados!

-Gracias Ezequiel! Eu vou levar a minhas malas para o quarto!

Peguei nas minhas malas e percorri o corredor até ao quarto onde costumo ficar mas quando lá entrei, encontrei duas malas e roupas espalhadas numa das camas. 
-Álvaro!-Chamei o meu irmão.

-Sim?-Perguntou assim que entrou.

-Isto é de quem?

-Do Garay!

-Ele mora cá?

-Sim, ele teve uns problemas com a casa dele e agora está aqui durante uns tempos.

-Eu vou dormir onde?

-Aqui ou se quiseres eu venho para este quarto e tu ficas no meu.

-Ezequiel!-Chamei-o, precisava de lhe perguntar umas coisas.

-Sim?-Perguntou entrando no quarto.

-Ressonas?

-Não!

-Fazes barulhos durante a noite?

-A dormir não!

-És sonâmbulo? 

-Não!

-Não tens a mania de te enfiares na cama dos outros a meio da noite?

-Isso querias tu!

-Está frio à noite mas não! Bem, eu durmo aqui mas espero não me arrepender.

-Não vais!

-O pai?-Perguntei ao meu irmão. Sempre tratei o meu padrasto por pai.

-Foi às compras e ainda não voltou.

-Então eu vou arrumar a minha mala! 

-Queres ajuda?-Perguntou o Ezequiel.

-Para fazeres o mesmo que fizeste à tua roupa?

-Pois...então enquanto a tua, eu arrumo a minha.

Arrumamos as nossas roupas em silêncio até que alguém bateu à porta. Era a minha mãe.
-Está tudo bem?

-Sim. Estava a arrumar as minhas roupas. 

-Vais dividir o quarto? 

-Vou.

-Portem-se bem!

-Eu nunca me porto mal com estranhos!- A minha mãe sorriu e saiu.

-Estranho?-Perguntou o Ezequiel.

-Sim! Conheci-te à uns minutos.

-Um estranho é alguém que fale contigo no meio da rua.

-Tu falaste em casa mas é a mesma coisa.

-Então temos de nos conhecer melhor! 

-Está bem!-Sai do quarto e fui até à sala onde encontrei o meu pai e a minha mãe a matar saudades e a conversar. Juntei-me a eles até à hora de jantar.

. . .
Assim que acabamos de jantar, voltamos à sala. 
-Nós vamos sair! Queres vir?- Perguntou o meu irmão.

-Não sei...

-Vai filha!-Disse a minha mãe.

-Para voltar sozinha? 

-Sozinha?-Perguntou a minha mãe.

-Sim! São os dois jogadores de futebol!

-Que tem isso?-Perguntou o Ezequiel.

-Vocês vão encontrar umas raparigas e vão-me deixar sozinha! 

-Eu prometo que não ficas sozinha. Vens?

- Vou! Dão-me tempo para me arranjar?

-Sim. Eu ainda vou tomar banho!-Disse o Ezequiel. 

-Então enquanto tomas banho, eu visto-me!

Fui até ao quarto onde mudei de roupa para um vestido e umas sandálias e sai. Ia a meio do corredor, depois de passar pelo meu irmão, quando me lembrei de ir à casa de banho. Voltei atrás e entrei pela porta adentro dando de caras com alguém enrolado numa toalha da cintura para baixo.

Quem será?
Será Ezequiel? Ou será apenas o irmão?
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Oláá!!
Gostaram deste 1º capitulo? Espero que sim!!
Fico à espera das vossas opiniões que são muitos importantes para mim!
Besos!