Retirei o teste da embalagem e fiz-o. Esperei o tempo recomendado e o resultado apareceu naquele pequeno visor. Dois traços bastante nítidos, positivo. Poisei o teste e desatei a chorar. Tinha no meu ventre um ser inocente e indefeso que também deve ter sofrido neste mês de muita violência, o meu filho. Meu e...daquele nojento. E ele entrou no quarto.
-Já sabes o resultado?
-Sim.
-Deu positivo não deu? Não chores, sei que estás feliz mas não chores.
-Sim, deu. Não, não estou. Quero sair daqui.
-Porquê? Agora vamos ser ainda mais felizes com o nosso filho.-Ouvir as palavras "nosso filho" fez-me chorar ainda mais. -Não chores!-Disse limpando-me as lágrimas e dando-me um beijo na testa. De seguida, saiu.
Assim que aquela porta se fechou, as minhas lágrimas pararam de correr e houve uma recordação que me veio à cabeça.
*RECORDAÇÃO ON*
...
-Que susto! Pensei que tivesses cansado e tivesses adormecido.-Disse o Ezequiel.
...
-Que susto! Pensei que tivesses cansado e tivesses adormecido.-Disse o Ezequiel.
-Podia estar morto!! Podia ter sufocado!
-Sufocavas com pouco! Um dia ainda te digo o que sufoca!-Lá tinha eu de falar sem pensar.
-O que? Agora fiquei curioso!
-Um Dia...-Disse desligando a luz do candeeiro da minha mesa de cabeceira, a única acesa.
...
Mais tarde nessa noite, acordei. Levantei-me, sai do quarto e quando ia a caminho da casa de banho deparei-me com o Ezequiel, o que me assustou.
-Que susto! Isto foi a vingança de à pouco?
-Não, não. Fui só à casa de banho.
-Eu ia fazer o mesmo. Sem sono?
-Sim.
-Eu também. Bem vou à casa de banho...Até amanha!
-Até já!-Fui à casa de banho e voltei ao quarto. Ia para me deitar quando reparei que o Ezequiel estava na minha cama.
-Ezequiel enganaste-te na cama!-Ele nada me respondeu. Aproximei-me e ele puxou-me de repente, fiquei deitada ao lado dele.
-Desculpa mas tenho tenho de fazer isto...-Debruçou-se sobre o meu corpo e colou os lábios dele aos meus para um beijo descontrolado.
Mais beijos se seguiram e as poucas roupas que tínhamos começaram a voar. Ele tirava as dele e as minhas. Eu queria que aquele momento acontecesse mas ao mesmo tempo não, tudo o que eu tinha passado veio-me à memória.
-Ezequiel, pára por favor!
-Não queres?
-Acho que ainda não estou preparada.
-Tu...és virgem?
-Não. Mas...está a ser tudo muito rápido.
-Este momento?
-Sim.
-Eu posso ir com mais calma...-Disse beijando-me lentamente, enquanto passava a sua mão pela minha barriga até ao meu peito.
O ritmo tinha abrandado, toda a calma dele tinha-me feito sentir desejada e desejá-lo também e acabei por me deixar levar. Entregámo-nos um ao outro e senti-me tão especial naquele momento que consegui esquecer o passado. Apesar de não ter sido à força, tinha sido com alguém de quem não estava realmente apaixonada e, por isso, arrependi-me logo a seguir. Eu tinha prometido a mim mesma que a próxima vez seria com alguém que gostasse realmente de mim e eu tinha falhado comigo mesma.
-Ezequiel sai por favor. Isto não devia ter acontecido.
-Porque?
-Porque eu tinha prometido a mim mesma que a próxima vez seria com alguém que gostasse de mim a sério.
-Mas eu...
-Eu também. Mas preciso de pensar, preciso de espaço.-Calculei o que ele fosse dizer. Sei que estava a começar a haver algo entre nós mas tinha os meus medos.
...
*RECORDAÇÃO OFF*
Esta recordação fez-me ter a esperança de que o filho não fosse do Bruno mas não poderia ter a certeza de nada, só uma ecografia me poderia esclarecer mas ele não me deixaria sair dali de certeza.
6 Meses Depois...
-Não queres?
-Acho que ainda não estou preparada.
-Tu...és virgem?
-Não. Mas...está a ser tudo muito rápido.
-Este momento?
-Sim.
-Eu posso ir com mais calma...-Disse beijando-me lentamente, enquanto passava a sua mão pela minha barriga até ao meu peito.
O ritmo tinha abrandado, toda a calma dele tinha-me feito sentir desejada e desejá-lo também e acabei por me deixar levar. Entregámo-nos um ao outro e senti-me tão especial naquele momento que consegui esquecer o passado. Apesar de não ter sido à força, tinha sido com alguém de quem não estava realmente apaixonada e, por isso, arrependi-me logo a seguir. Eu tinha prometido a mim mesma que a próxima vez seria com alguém que gostasse realmente de mim e eu tinha falhado comigo mesma.
-Ezequiel sai por favor. Isto não devia ter acontecido.
-Porque?
-Porque eu tinha prometido a mim mesma que a próxima vez seria com alguém que gostasse de mim a sério.
-Mas eu...
-Eu também. Mas preciso de pensar, preciso de espaço.-Calculei o que ele fosse dizer. Sei que estava a começar a haver algo entre nós mas tinha os meus medos.
...
*RECORDAÇÃO OFF*
Esta recordação fez-me ter a esperança de que o filho não fosse do Bruno mas não poderia ter a certeza de nada, só uma ecografia me poderia esclarecer mas ele não me deixaria sair dali de certeza.
6 Meses Depois...
Eu pensava que os próximos meses seriam de muito sofrimento
e maus tratos mas não, tudo mudou. O Bruno passou a tratar-me muito bem e já
não me agredia, apenas verbalmente quando eu não fazia o que ele queria.
Obviamente não foram meses felizes, estar ao lado de uma pessoa que não
significa nada para nós e que já nos tratou muito mal mas o facto de ele não me
tratar mal já me deixava mais aliviada.
Dentro de mim cresce um ser indefeso que não merecia estar a
passar por nada disto. A cada dia que passa, apaixono-me mais e mais por ele.
Receio pela saúde dele mas tenho sempre esperança que esteja tudo bem e esteja
a crescer com normalidade. Apenas sei que neste momento devo estar ou com sete
ou oito meses de gravidez.
-Bruno!!!-Ele surgiu logo à porta do quarto muito
preocupado.
-O que é que se passa?
-Estou cheia de dores, deixa-me ir ao hospital por favor.
-Isso passa!-Sentia que algo não estava bem com o bebé e
depois de tanto sofrimento e da ligação que tinha criado com ele, não podia
perdê-lo.
-Por favor Bruno!-Ele olhou sério para mim e depois de
alguns segundos pensativo, fez-me sinal que sim com a cabeça.
-Só quero o bem do nosso filho. Arranja-te, vou chamar um
táxi.- Assim fiz, mal podia esperar para chegar ao hospital e saber como é que
o bebé estava.
-O Táxi já está lá fora!-Disse ele, ainda em pijama.
-Não vens?
-Não. Mais daqui a bocado vou ter contigo. E não te lembres
de fazer asneiras.- Certamente referia-se a fugir ou contar a alguém tudo o que
se tinha passado nestes meses.
-Até já.-Naquele momento a ideia de que tinha a hipótese de
fugir não me saiu da cabeça mas não o fiz pelo meu filho. Entrei no táxi e
segui para o hospital.
…
No hospital, fui logo levada para dentro onde me fizeram
alguns exames. Faltava agora a ecografia, aquilo que eu mais ansiava para saber
de quantos meses estava.
-Enfermeira!
-Sim?
-Acho que as minhas águas rebentaram.- Aquele momento foi
inesperado para mim mas a verdade é que aconteceu.
-É verdade!-Confirmou-me a enfermeira.-Já faltou mais para
ter o seu bebé nos seus braços!
-Mas pode-me fazer a ecografia na mesma?
-Os outros exames revelaram que está tudo bem com o bebé.
Não me parece que seja necessário.
-Por favor!
-Mas porque é que insiste?
-Eu não fui acompanhada durante a gravidez e preciso muito
de saber de quantos meses estou.
-Não foi vigiada? Quer contar-me os motivos?
-Não. Não quero falar sobre isso.
-Vamos fazer então a ecografia.
-Muito obrigada!-Esbocei um sorriso que também fez a
enfermeira sorrir.
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Olá a Todas!
Este foi o 8º Capítulo! Gostaram? Apesar de tantos acontecimentos inesperados e mudanças, espero que sim!
Fico à espera dos vossos comentários! Mesmo que não estejam a gostar!
Besos,
Sofia