sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

7-"Confirma-se o rapto?"

Apenas me lembrei de um cenário possível mas não queria acreditar, não podia ser. Corri o mais depressa que pude para casa da mãe dela para a avisar. Toquei vezes sem conta e ninguém me abria a porta mas quando eu pensava desistir, a mãe dela abriu a porta.
-A sua filha desapareceu.

-Desapareceu como?

-Estávamos a almoçar, eu fui à casa de banho e quando voltei ela não estava lá. Um senhor disse que um rapaz a levou.

-Um rapaz? Já lhe ligaste?

-Não tenho telemóvel.

-Vou lhe ligar, entra.- Ela entrou apressadamente, quando cheguei à sala ela já estava a fazer a chamada.-Está desligado.

-E agora?-Perguntei cada vez mais assustado.-Vamos à polícia?

-Sim, é melhor.-Disse ela, tentando manter a calma.

...
-Desculpe mas neste momento não podemos fazer nada. Temos de esperar 48h para podermos começar as buscas.

-Mas é a minha filha. Aquele maluco pode ter voltado.

-Eu percebo-a mas não podemos mesmo ajudar, por agora. Volte daqui a 48 horas.

-Em 48 horas muita coisa pode acontecer.-Disse eu.

-Voltem amanha de manhã.-Acabámos por aceitar o que agente nos pediu e saímos da esquadra.

No Dia Seguinte...
Eram 8:00 horas e já estava a entrar na esquadra com a mãe da Madalena. A noite tinha sido passada completamente em branco, foi impossível adormecer.
Dirigimo-nos ao agente com quem tínhamos falado no dia anterior que nos levou imediatamente para uma pequena sala.
-A senhora pode acompanhar-me?-Perguntou outro agente para a mãe dela.

-Sim.-Ela foi e eu fiquei. Queriam-me fazer algumas perguntas.

-O senhor é o namorado certo?

-Sim. Quer dizer...estávamos juntos à apenas 2 meses e nunca rotulámos aquilo que tínhamos mas sim.

-Conhecia a história do ex-namorado que a mãe dela nos contou ontem?

-Sim, a Madalena tinha-me contado.

-E entre vocês estava tudo bem?

-Sim...tínhamos tido um pequeno desentendimento ontem de manhã.

-Todos os pormenores são importantes.

-Em casa dela eu entusiasmei-me, sugeri que houvesse algo mais entre nós e ela não quis.

-Não será essa a razão do desaparecimento dela?

-Porquê?

-Porquê? Se ela no passado tinha tido relações sexuais à força com o ex-namorado, provavelmente sentiu-se pressionada.

-Eu não sabia essa parte...agora faz sentido, ela ter recusado e principalmente dizer que queria que a próxima vez fosse como se fosse a primeira vez. Mas...ela não fugia por isso.

-Disse que conhecia a história. Porque não?-Tanta insistência, começava a fazer-me pensar seria mesmo esse o motivo.Mas não podia ser.

-E o Homem que dizem que a levou do restaurante?

-Ainda não tivemos acesso às imagens que provam isso.

-Quanto tempo vai demorar?

-O dono não nos está a permitir o acesso aos vídeos das câmaras, temos de esperar.

-Mas vão começar as buscas?

-Sim, já começaram.

-Obrigada. Posso sair?

-Sim, pode.-Saí da sala onde já me esperava a mãe dela.-Há alguma novidade?

-Sim.Conseguiram detectar o sinal do telemóvel dela da última vez que esteve ligado.

-Encontraram-na?

-Não. Só o telemóvel. Num carro abandonado que tinha sido roubado.

-Confirma-se o rapto?

-Dizem que ainda não podem confirmar.  Têm de considerar todas as hipóteses.

-Qual hipótese? Que ela roubou o carro para fugir?Só se for.

-Sim.

-Sim? O que? Mas eles estão doidos. Então ela sentiu-se pressionada por eu querer ter sexo com ela, roubou um carro e fugiu?-Perguntei exaltado.-Que hipótese ridícula.

-Temos de ter esperanças que vão encontrá-la.

-O que é que podemos fazer agora? 

-Esperar.

-Esperar? Não consigo! Vou à procura dela.

-Posso ir contigo?

-Claro!

1 Mês Depois [Mãe da Madalena]...
Tinha passado um mês desde que a minha filha desapareceu e até agora nada de pistas sobre onde ela poderia estar. Tenho procurado mais o Ezequiel por ela, em todos os sítios onde poderia estar mas nada. Hoje seria mais um dia de buscas, o Ezequiel deveria estar a chegar. No segundo a seguir, tocaram à campainha. Peguei na minha mala e fui abrir a porta.
-Bom Dia.-Disse ele.

-Bom Dia. Vamos?

-Posso entrar?Gostaria de falar consigo.-Pediu-me ao contrário dos outros dias.

-Entra. -Entrei, ele fechou a porta e seguiu-me à sala.- O que é que se passa?

-Eu decidi que me vou afastar.

-Afastar?

-Sim. De si, da Madalena, de toda esta situação.

-Porque? Não és obrigado a estar presente todos os dias nas buscas mas...vais abandonar a Madalena? Ela precisa de ti, precisa que não desistas. Que nenhum de nós desista.

-Eu estive a pensar na hipótese de ela ter fugido e sendo assim será o melhor eu afastar-me para ela se sentir à vontade em voltar.

-Eu não acredito nessa hipótese. E se for rapto?

-Se for rapto, também será o melhor. Eu sou conhecido, isto está a começar a ser falado e irá chegar aos ouvidos do ex-namorado. Eu não quero que ele lhe faça mal.

-Eu não concordo com a atitude que queres tomar mas também não posso fazer nada para mudares de ideias.

-Não, não pode. A minha decisão está tomada. Vou continuar a acompanhar o que se for passando mas não me contacte.-Disse despedindo-se de mim e saiu. Não queria acreditar na decisão que ele tinha tomado, para mim seria como se ele tivesse desistido da minha filha. Nesse preciso momento, o meu telemóvel começou a tocar.

-Estou.

-Bom Dia. Daqui fala da policia judiciária.

-Tem novidades da minha filha?-Apressei-me a perguntar.

-Sim.

-Diga.

-Tivemos finalmente acesso à câmara do restaurante e...confirma-se o rapto!

-E confirma-se que foi o ex-namorado?

-Sim. Vamos fazer os possíveis para encontrar a sua filha.

-Obrigada.-Desligaram a chamada do outro lado. E eu apressei-me a ligar ao Ezequiel mas este não atendeu e à segunda tentativa já tinha o telemóvel desligado.

[Madalena]
Passaram 30 dias desde o começo de dias horríveis, dias de sofrimento.Tudo começou naquele  restaurante mas apenas me lembro de acordar num quarto, deitada numa cama.Tem sido dias de violência, dias de sofrimento, dias de pânico, dias em que sirvo apenas para lhe satisfazer o desejo e as vontades, dias ao lado de uma pessoa pela qual apenas consigo sentir nojo. Desde à uns dias que me sinto fraca. E doente: enjoos, vómitos e tonturas começam a ser habituais.
-O que é que tu tens?-Perguntou-me o Bruno, o meu ex-namorado.

-Não sei. Devo estar doente. Tens de parar com isto, deixa-me ir.

-Achas que eu te ia deixar ir embora? Agora que estamos mais unidos e ainda vamos ser mais felizes.

-Felizes? Só se fores tu.

-Tenho uma desconfiança. Toma!-Disse mandando-me algo. Uma caixa com algo que não consegui perceber logo o que era, veio parar-me às mãos.

-Um teste de gravidez?

-Sim faz! Já volto.-Disse saindo do quarto. Fiquei a olhar para aquela caixa e a verdade é que era uma hipótese.
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Olá a Todas!
Tal como tinha dito no fim do capítulo anterior, iria mudar muita coisa. Secalhar ou não deviam mesmo esperar isto mas decidi que seria assim. E muitas mais surpresas e reviravoltas hão-de vir.
Espero que mesmo assim tenham gostado! E que deixem a vossa a opinião mesmo que não tenham gostado!
Besos,
Sofia

2 comentários:

  1. Oláaa

    Adorei , ela tem de se livrar dele , e n pode estar grávida dele ... O Ezequiel tem de a encontrar e n afastar-te ...


    Mais ...


    Beijinhos


    Catarina

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  2. Olá!

    ODEIO isto, o Eze não podia ter-se afastado, simplesmente não podia!! E pronto é obvio que ela está a ser violada, e mal tratada (tu não tens coração? mázona!) e a mãe? devia ter ido ter com ele, dizer que a Mada foi raptada, que ele tem de ficar c ela, grrrr, que nervos!

    Pronto, ok espero o próximo, beijinhos.

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